Venda de carros na UE caiu em setembro, pela primeira vez este ano

  • Lusa
  • 17 Outubro 2018

Pela primeira vez em 2018, a venda de automóveis na União Europeu caiu. Recuou 23,5% em setembro. Portugal regustou uma diminuição de 14% nas vendas de ligeiros de passageiros.

A venda de carros na União Europeia (UE) caiu 23,5% em setembro, pela primeira vez em 2018, o que não surpreende fabricantes face à entrada em vigor do novo método de cálculo das emissões de CO2.

A descida no registo de ligeiros de passageiros foi divulgada esta quarta-feira pela Associação Europeia de Fabricantes Automóveis (ACEA, em inglês), referindo que a informação “não deve ser encarada como uma surpresa, já que a introdução do novo ciclo Worldwide Harmonized Light Vehicle Test Procedure – WLTP [base para o novo método de cálculo] no início do mês tinha provocado uma onda excecional de registos em agosto (+31,2%)”.

“Como resultado disso, a maioria dos países da UE sofreram quebras de dois dígitos em setembro, incluindo os cinco principais mercados”, segundo a ACEA, que notou que no acumulado a procura continua positiva (+2,5%), “em linha com as expectativas”.

Nos cinco maiores mercados, nos primeiros nove meses de 2018, foram registadas subidas de 11,7% em Espanha, de 6,5% em França e de 2,4% na Alemanha. Em Itália houve uma diminuição de 2,8% e no Reino Unido de 7,5%.

Em Portugal, a subida entre janeiro e setembro foi de 6,5%, enquanto em setembro houve uma diminuição de 14% nas vendas de ligeiros de passageiros.

Em Portugal, o valor do Imposto Sobre Veículos (ISV) e do Imposto Único de Circulação (IUC) é calculado, em parte, usando as emissões de CO2 (dióxido de carbono) e a cilindrada do motor.

O modelo temporário inscrito na proposta de Orçamento de Estado para 2019 prevê uma redução percentual das emissões de CO2 para efeitos de cálculo do ISV e do IUC, tendo em vista a neutralidade fiscal decorrente da introdução do WLTP, segundo informação da consultora Deloitte.

A neutralidade fiscal foi aconselhada pela Comissão Europeia, num “cômputo da receita total de ISV, fazendo compensar a redução em várias viaturas menos poluentes com o aumento noutras mais poluentes”.

Numa análise ao documento entregue na segunda-feira, a Deloitte lembrou que vários fabricantes reportaram, antes de agosto, as emissões de CO2 dos seus modelos de acordo com o ciclo WLTP, “o que desde então encareceu os mesmos”.

“Com a introdução do fator de correção agora proposto, estas viaturas beneficiarão de uma redução que poderá ser significativa”, acrescentou a consultora.

A transição para um novo sistema de medição das emissões de CO2 gerou uma “antecipação de compras” de automóveis em agosto, segundo a Associação Automóvel de Portugal (ACAP).

Inicialmente, o mercado acreditava que este impacto do novo sistema de medição de emissões poluentes nos preços seria sentido já em setembro, no entanto, em 03 de agosto, as Finanças esclareceram que as tabelas do IUC e do ISV, por este motivo, só seriam atualizadas através do OE2019.

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