Crédito ao consumo cresce há quase um ano. Está em máximos desde a troika

O stock dos empréstimos para consumo voltou a cresceu em setembro, atingindo um máximo desde outubro de 2011. Aumentou 162 milhões de euros, para 15.039 milhões de euros.

O crédito nas mãos das famílias está a crescer. Tal é particularmente notório no crédito ao consumo. O stock dos empréstimos com esse fim sobe há quase um ano, tendo atingido um novo máximo de final de 2011. Ou seja, o período inicial da intervenção da troika.

De acordo com estatísticas divulgadas pelo Banco Central Europeu, nesta quarta-feira, o saldo do crédito ao consumo cresceu em 162 milhões de euros, em setembro. Essa subida colocou o stock dos empréstimos com esse fim nos 15.039 milhões de euros. Ou seja, o valor mais alto desde outubro de 2011.

Setembro foi assim o 11.º mês consecutivo em que o montante do crédito ao consumo nas mãos dos portugueses aumentou. Tal significa que em qualquer desses meses, a nova concessão foi mais do que suficiente para compensar os empréstimos que venceram.

Crédito ao consumo sobe há 11 meses

Fonte: BCE

Esses números acontecem num período marcado pelo acentuado crescimento da nova concessão de empréstimos para consumo. Os últimos dados disponíveis, relativos a agosto, indicam que nesse mês os bancos e as financeiras disponibilizaram mais de 600 milhões de euros em crédito ao consumo, 7% acima do verificado no mesmo mês de 2017, estendendo para quase cinco mil milhões de euros a nova concessão acumulada este ano.

Esta escalada acontece apesar das medidas e dos alertas que têm surgido por parte das autoridades e que têm como objetivo evitar o excessivo endividamento das famílias. Alguns têm focado precisamente as suas atenções em específico nos empréstimos para consumo.

Há cerca de um mês, Mourinho Félix, secretário de Estado Adjunto e das Finanças, alertou que o “crédito ao consumo deve ser seguido com muita atenção“. Já antes disso, no início de julho entraram em vigor as recomendações aos bancos por parte do Banco de Portugal que têm como objetivo criar um travão à concessão de crédito às famílias.

Crédito à habitação também cresce, mas menos

O crédito ao consumo foi, aliás, o que mais contribuiu para um novo aumento do stock dos empréstimos às famílias pelo oitavo mês consecutivo. Em setembro, este cresceu em 80 milhões de euros, para máximos de dezembro de 2016, atingindo os 116.404 milhões de euros.

Essa evolução também teve o contributo do crédito à habitação, mas em menor dimensão. O saldo do valor dos empréstimos para a compra de casa ascendeu no final do terceiro trimestre deste ano aos 93.795 milhões de euros, 12 milhões acima do verificado no mês anterior e o valor mais alto desde março.

Apenas nos empréstimos com outros fins foi observada uma redução no stock. O saldo destes empréstimos encolheu em 94 milhões de euros, em setembro, para os 7.570 milhões de euros. Ou seja, o valor mais baixo desde o início do histórico do BCE, em janeiro de 2003.

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