Brasileiros encaixam 700 milhões com venda da Cimpor em Portugal e Cabo Verde
A InterCement, que comprou a Cimpor em 2012, vai vender os negócios da cimenteira em Portugal e Cabo Verde a uma empresa turca. Brasileiros querem reduzir dívida.
A InterCement, que comprou a Cimpor em 2012, vai vender os negócios da cimenteira em Portugal e Cabo Verde. A venda à OYAK Cement, uma empresa turca, insere-se no plano de redução da dívida da empresa brasileira e da Cimpor, em resposta à adversidade do contexto que se tem observado nos mercados da América do Sul, especialmente no Brasil.
Há algum tempo que a construtora brasileira Camargo Corrêa, que controla a InterCement (holding para os negócios do cimento do grupo brasileiro), procurava a alienação dos seus ativos em vários países, incluindo Portugal, para reduzir a pressão da sua dívida elevada. Em cima da mesa chegou estar a possibilidade de regresso da Cimpor à bolsa, o que não vai acontecer.
Foi esta sexta-feira anunciado um contrato entre InterCement e a Cimpor com o Grupo OYAK para a “venda de todos os ativos que compõem a unidade de negócio de Portugal e Cabo Verde”.
Não foram relevados valores da operação, mas é adiantado, em comunicados divulgados pelas duas empresas, que a transação contempla a “manutenção das estruturas humanas destas empresas”. A agência Reuters, citando fontes não identificadas, diz que o negócio terá permitido à InterCement “encaixar cerca de 700 milhões de euros”.
Recorde-se que a Camargo Corrêa investiu 1,5 mil milhões de euros em 2012 para passar a controlar quase 95% do capital da cimenteira portuguesa. Em 2017, a Cimpor registou prejuízos de quase 500 milhões de euros.
Sobre o grupo comprador, a OYAK emprega atualmente cerca de 30 mil pessoas em 19 países, tendo registado em 2017 um volume de negócios de 10,2 mil milhões de dólares. Tem uma atividade diversificada, que vai desde a indústria do cimento e betão, mineração e metalurgia, automóvel, energia e química até aos serviços financeiros e logísticos.
Já a subsidiária OYAK Cement tem sete fábricas integradas de cimento e três moagens com uma capacidade anual de produção de 12 milhões de toneladas por ano, 45 centrais de betão e uma fábrica de sacos de pape.
A conclusão da transação está dependente da aprovação das autoridades da concorrência.
(Notícia atualizada às 14h00 com o valor do negócio avançado pela Reuters)
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