Petróleo dispara 4% com tréguas comerciais entre EUA e China
Um dia depois de ser conhecida a trégua comercial EUA-China, os preços do petróleo dispararam mais de 4%. Os mercados esperam ainda que a próxima reunião da OPEP dite um corte na produção.
Pouco tempo depois de os Estados Unidos e a China terem dado tréguas na guerra comercial, os mercados já começam a mostrar efeitos. Os preços do petróleo dispararam mais de 5%, poucos dias depois de terem batido mínimos, cotando abaixo dos 50 dólares. Além disso, este desempenho verifica-se dias antes da reunião dos produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que deverá ditar um corte na produção.
O barril de Brent está a valorizar 4,10% para cotar nos 61,90 dólares enquanto o WTI soma 4,48% para cotar nos 53,21 dólares.
Este desempenho da matéria-prima acontece na sequência de uma “pausa” de 90 dias nas disputas comerciais entre Donald Trump e Xi Jinping, acordada à margem da cúpula do G20, que decorreu em Buenos Aires. Durante este período, os Estados Unidos não irão impor aumentos às tarifas aplicadas aos produtos chineses, pelo menos enquanto decorrem as conversações entre os dois países.
Embora o petróleo não esteja incluído na lista de produtos afetados pelas tarifas, vários traders acreditam que esta acalmia também está a impulsionar os preços da matéria-prima. “O acordo para continuar com conversações durante 90 dias, período durante o qual as tarifas estão suspensas, é uma surpresa positiva”, disse o Morgan Stanley numa nota enviada aos clientes, citado pela Reuters (conteúdo em inglês).
Para além disso, este desempenho petrolífero acontece poucos dias antes da reunião dos produtores da OPEP, que acontece esta quinta-feira. Neste encontro, no qual a Rússia estará presente, deverão ser decididos cortes na produção de modo a colmatar o excedente que ditou a quebra dos preços do ouro negro em outubro.
“Os mercados esperam ver um corte substancial na produção depois de Vladimir Putin ter dito que a cooperação entre a Rússia e a Arábia Saudita vai continuar”, diz Hussei Sayed, da FXTM, citado pela Reuters.
Esta segunda-feira, os mercados acordaram com a notícia da saída do Qatar da OPEP, algo que deverá acontecer em janeiro. A produção de petróleo no país é de apenas cerca de 600 mil barris por dia, não obstante é o maior exportador mundial de gás natural liquefeito.
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