Startup Tonic App entra em aceleradora dos EUA com ohos postos em Espanha e Brasil

  • Lusa
  • 24 Dezembro 2018

A intenção é apoiar o plano de expansão internacional da empresa, visando os mercados espanhol e brasileiro. Empresa já chegou a 18% dos médicos portugueses.

A startup portuguesa Tonic App, que lançou uma aplicação para os médicos portugueses em 2017, entrou na aceleradora norte-americana TheVentureCity para um programa com duração de seis meses, disse à Lusa a diretora executiva Daniela Seixas.

A intenção é apoiar o plano de expansão internacional da empresa com sede no Porto, visando os mercados espanhol e brasileiro, depois de ano e meio de experiência durante o qual chegou a cerca de 8.000 médicos portugueses, ou 18% do total.

“Precisávamos já de sair de Portugal”, disse a cofundadora da startup, que oferece uma ferramenta de comunicação entre médicos e um motor de busca de informações relevantes para os profissionais, como normas da Direção-Geral de Saúde e tabelas de referência de consultas da ADSE.

A aceleradora TheVentureCity, baseada em Miami, tem um formato de aceleração que inclui acompanhamento remoto, uma semana presencial por mês e uma oferta de 100 mil dólares em troca de 6% do capital da empresa.

A Tonic App fará o programa em Madrid, em coordenação com a sede na Flórida, e por isso o mercado espanhol será um dos focos primordiais, no qual já estão a ser feitos “os primeiros contactos”.

A aplicação foi traduzida para espanhol, inglês e francês e lançada também no Reino Unido e França, mas é em Espanha que estão a ser conseguidas as maiores taxas de conversão de downloads nas lojas de aplicações.

O apoio da TheVentureCity – que está também a investir nos negócios em português via Brasil – permitirá avaliar em 2019 a aposta no mercado da América Latina, onde “há uma necessidade muito grande” deste tipo de produtos.

A aplicação é gratuita para os utilizadores e o modelo de negócio centra-se em “dar acesso aos outros players da saúde a esta audiência de médicos”.

A startup deslocou-se ao Brasil e ao México e verificou que existe potencial, “porque são geografias grandes em que muitas vezes os médicos estão a trabalhar bastante sozinhos”, explicou Daniela Seixas. Além disso, “no Brasil já houve escândalos relacionados com o WhatsApp, porque há um uso massivo para a comunicação profissional em saúde”, adiantou, salientando que “há interesse” e os níveis de utilização móvel são elevados.

O investimento no mercado brasileiro poderá ser feito “através de um parceiro muito grande na área da saúde”, provavelmente um grupo privado, já que essa estratégia é “muito mais segura” para uma empresa pequena como a Tonic App, que tem agora sete funcionários a tempo inteiro.

Segundo a diretora executiva, o problema é que “tem sido bastante difícil fazer negócio tecnológico no Brasil”, onde a fiscalidade “é extremamente complexa”, o que penaliza as vantagens relacionadas com a proximidade e a língua.

A norte do mercado brasileiro, as oportunidades no México e nos Estados Unidos serão avaliadas no final do programa de seis meses, alavancando a rede da TheVentureCity como ponte para os dois mercados.

A Tonic App tentará também uma ronda de financiamento série A de 1 a 3 milhões de euros, depois de ter recebido 100 mil euros da Portugal Ventures no ano passado.

O interesse pela plataforma da startup portuguesa está crescer por causa da “falta de acesso e fragmentação” de ferramentas digitais apropriadas, o que obriga os médicos a preencherem dados em vários sistemas e dificulta a pesquisa de informação. “A ideia é que, desta vez, o digital venha ajudar os médicos e não ser mais uma complicação”.

Segundo Daniela Seixas, médica de neurorradiologia, 80% dos utilizadores da aplicação têm abaixo dos 44 anos de idade e são sobretudo generalistas, “como os médicos de família, os pediatras ou anestesiologistas”.

O modelo de negócio assenta em parcerias com empresas de recrutamento médico, indústria farmacêutica, empresas de dispositivos médicos e hospitais.

A empresa vai começar em breve a testar produtos de consumo específicos para médicos, porque quer ser “um ecossistema onde possam encontrar tudo o que lhes diz respeito”.

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