“Achei avisado fazer o aviso” de que os diesel vão valer pouco, diz Matos Fernandes
O ministro do Ambiente e da Transição Energética reforçou as polémicas declarações de que os veículos a diesel não vão ter valor de retoma dentro de quatro ou cinco anos: "Ninguém as contrariou".
O ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, considerou esta terça-feira que “ninguém contrariou” a polémica afirmação de que os carros a diesel não terão valor de troca daqui a quatro anos, proferida pelo ministro numa entrevista publicada no início desta semana. “Achei avisado fazer este aviso”, frisou.
Em Coimbra, Matos Fernandes reforçou a ideia, em declarações transmitidas pela rádio TSF: “Aquilo que eu quis dizer não foi contrariado por ninguém. Aquilo que eu disso foi de que muito provavelmente, daqui a quatro ou cinco anos, quem tiver um carro a diesel vai ter um valor mais baixo na sua troca. Ninguém contrariou esta afirmação”, afirmou o ministro, depois de as afirmações terem merecido críticas por parte de vários players do setor.
“Temos todos os estudos que estão no PNE [Plano Nacional de Energia] e no Roteiro Nacional de Carbono. Temos o facto de, um ano antes de o ministro dizer isto, o número de carros a diesel vendidos ter caído 10%. Temos as palavras do presidente do Automóvel Clube da Holanda, que, no ano passado, disse que era obrigação dele avisar os associados de que o valor de retoma dos carros a diesel ia baixar. Temos as palavras da comissária da indústria, que há menos de um ano disse que o diesel é uma tecnologia a descontinuar”, elencou o ministro.
E continuou: “Temos as palavras da Volvo, que disse que 2019 será o ultimo ano em que fabricará carros a diesel. Temos as palavras da Volkswagen, que disse que a partir de 2026 não fabricará mais a veículos a combustão. Tenho as palavras do presidente da Renault, que diz que os clientes lhe perguntam ‘daqui a três anos, o que vou fazer com o meu carro a diesel?'”, disse Matos Fernandes.
As polémicas declarações de Matos Fernandes, publicadas no início da semana numa entrevista à Antena 1 e Jornal de Negócios (acesso condicionado), de que os automóveis a diesel provavelmente não terão valor de retoma daqui a quatro ou cinco anos, caíram mal junto de algumas entidades do setor. Em declarações ao ECO, o presidente da Associação Comércio Automóvel de Portugal, Hélder Pedro, disse mesmo que as declarações do ministro não têm “qualquer correspondência com a realidade”.
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