CGD aumenta em 60% preço das transferências online

O banco público vai passar a cobrar 83,20 cêntimos por cada transferência bancária online. Aumento de 60% nesta comissão chega a 1 de maio.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai fazer disparar o custo das transferências bancárias realizadas online. Vai aumentar em 60% o preço desta comissão, isto ao mesmo tempo que revê em alta o valor de um conjunto de outros serviços, embora estes menos representativos. Os clientes com contas pacote ficam a salvo, uma vez que estas operações estão incluídas na mensalidade, mas os restantes podem contar com transferências bem mais caras dentro de poucos meses.

A partir de 1 de maio, os clientes vão passar a pagar 83,20 cêntimos por cada transferência SEPA+ feita através do homebanking, revelam as alterações ao preçário divulgadas no site da CGD. O valor que passará a ser cobrado representa um aumento de 60% face aos 52 cêntimos que os clientes da CGD atualmente pagam para realizar este tipo de operações.

A alteração do preço das transferências online irá afetar todos os clientes da CGD que não tenham aderido às contas pacote da CGD. Contas que passaram a ser disponibilizadas pelo banco liderado por Paulo Macedo em setembro de 2017 e que a partir de um custo mensal fixo incluem um conjunto de serviços como a manutenção de conta, cartão de débito (ou também de crédito) e um determinado número de transferências online consoante o pacote escolhido.

 

Cerca de 1,5 milhões de clientes da Caixa já aderiram a essas contas pacote. Mas o universo total de clientes da CGD com mais de 18 anos de idade ascende a mais de 3,2 milhões, o que significa que cerca de 1,7 milhões de clientes estão expostos a esse aumento de encargos. São mais de metade.

O preço que a CGD vai passar a cobrar pelas transferências online a partir de maio, apesar da subida, continua a ser inferior ao exigido pelos restantes bancos. O valor a praticar é mesmo o mais baixo face ao que os principais concorrentes do setor financeiro nacional aplicam em circunstâncias semelhantes. Compara com os 1,04 euros que são cobrados nas transferências online realizadas pelo BCP, Novo Banco e BPI, e com os 1,3 euros que custam no Santander.

O futuro quadro das transferências online nos maiores bancos

Fonte: Preçários dos bancos

O agravamento deste custo na CGD ocorre cinco anos depois de a instituição financeira ter pela primeira vez passado a cobrar pelas transferência online. Foi no início de 2014 que o banco público começou a cobrar aos clientes por essas operações, situação que na altura suscitou críticas tanto de clientes como do poder político.

Este aumento acontece também no seguimento de um conjunto de incrementos de comissões que a instituição financeira tem vindo a levar a cabo ao mesmo tempo que passa por um processo de reestruturação. Mas também é revelado antes da apresentação das contas do banco público referentes a 2018.

No dia em que Paulo Macedo vai ainda ao Parlamento entregar em mãos o relatório final da EY que avaliou a gestão do banco público entre 2000 e 2015, serão conhecidos os lucros registados no ano passado, sendo que até setembro os resultados líquidos ascendiam a 370 milhões de euros. Parte dos lucros será entregue, depois, ao acionista, o Estado.

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