Nova presidente diz que Montepio tem de se adaptar à modernidade na banca
Na primeira intervenção após tomar posse na liderança do Montepio, Dulce Mota sublinhou que quer tornar o banco moderno para acompanhar a mudança que toda a banca está a atravessar.
A nova presidente executiva do Montepio, Dulce Mota, quer tornar o banco moderno, para acompanhar a mudança pela qual a banca está a passar, e considerou a rentabilidade das maiores dificuldades do sistema financeiro.
“Nos últimos anos, a banca fez um percurso notável de recuperação, de reequilíbrio de balanço, de ajustar-se às novas regras de supervisão e regulação, mas ainda tem um grande trabalho de adaptação dos seus processos, de reconhecimento das novas exigências dos clientes. Também no Montepio estamos a fazer esse trabalho para permitir que acompanhe toda esta modernidade e passe a ser um player, de braço dado com as fintech, que oferece e disponibiliza as soluções que o mundo hoje exige”, afirmou na 1.ª Conferência Ibérica sobre FinTech, na Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, em Lisboa.
Esta foi a primeira intervenção pública de Dulce Mota enquanto presidente executiva do Montepio, cargo de que tomou posse na terça-feira, mas a gestora centrou-se na análise do sistema bancário desde a crise e as referências ao Montepio foram poucas e ainda vagas.
A gestora considerou que a banca vive um “difícil momento de rentabilidade” e que terá nos próximos anos de se debater com esse desafio, ao mesmo tempo que tem de fazer face a “estruturas pesadas” e à necessidade de transformar os sistemas tecnológicos e de segurança.
"Também no Montepio estamos a fazer esse trabalho para permitir que acompanhe toda esta modernidade e passe a ser um player, de braço dado com as fintech, que oferece e disponibiliza as soluções que o mundo hoje exige.”
“Com a melhoria de processos, otimização dos recursos e pricing adequado acho que se pode lá ir, mas tem de fazer com outros players e experimentar outros negócios”, afirmou, antevendo uma “reinvenção” da banca.
Dulce Mota assumiu na terça-feira a presidência executiva do Banco Montepio, substituindo Carlos Tavares que passa a presidente não executivo (chairman).
A gestora tinha assumido em janeiro a vice-presidência do Montepio, vinda do ActivoBank (que pertence ao BCP), onde era presidente executiva desde 2018.
Já Carlos Tavares (ex-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e que foi ministro da Economia no Governo PSD/CDS-PP de Durão Barroso) passou a chairman, acabando assim com a acumulação de cargos que durava há quase um ano e a qual o Banco de Portugal (BdP) vinha avisando que não podia continuar.
O Montepio mudou recentemente a marca comercial para Banco Montepio, deixando para trás o nome Caixa Económica Montepio Geral, mas ainda falta concluir a mudança da imagem nas agências e fazer a apresentação da nova identidade aos clientes.
Desde o ano passado que o Montepio está a trabalhar na mudança da marca comercial, seguindo uma recomendação do Banco de Portugal que sugeriu que fosse feita de modo a que os clientes compreendam facilmente a diferença entre o banco e a Associação Mutualista Montepio Geral (sua acionista) e os diferentes tipos de produtos financeiros que vendem.
Nos últimos anos, a crise que viveu o Grupo Montepio fez os reguladores e supervisores aumentarem a atenção sobre os produtos vendidos, já que uma entidade é a Associação Mutualista Montepio Geral e outra o banco (detido pela mutualista), com produtos diferentes e também proteções diferentes em caso de dificuldades das instituições.
O banco comercializa os seus produtos e serviços financeiros, mas também serve de intermediário para venda de produtos de poupança da Associação Mutualista destinados aos associados desta.
No caso dos produtos mutualistas, os clientes têm de ter em atenção que estes não são depósitos, não estando salvaguardados pelo Fundo de Garantia de Depósitos (que garante os depósitos até 100 mil euros).
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