Portugal paga menos pela dívida de longo prazo. Obtém taxa de 2,045% a 15 anos
Foi o primeiro leilão de obrigações do Tesouro do ano. E foi um sucesso. O IGCP conseguiu uma taxa de 1,5% a dez anos e de 2% no prazo a 15 anos.
Portugal foi bem-sucedido no primeiro leilão de dívida de longo prazo deste ano. Conseguiu o montante máximo pretendido, de mil milhões de euros, registando taxas mais baixas do que em emissões comparáveis tanto no prazo a dez anos como na maturidade mais longa. Nas obrigações do Tesouro a dez anos, a agência liderada por Cristina Casalinho registou a taxa mais baixa de sempre.
De acordo com os dados da Reuters, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) obteve uma taxa de 1,568% no prazo a dez anos. Esta linha foi lançada no arranque deste ano, através de uma emissão de dívida sindicada em que Portugal obteve um financiamento de quatro mil milhões de euros com uma taxa de 1,987%.
Nesta maturidade, em que foram colocados 705 dos mil milhões de euros pretendidos, a taxa foi mesmo a mais baixa de sempre, sendo que no prazo mais longo o juro também desceu de forma expressiva. No caso do prazo mais longo, a 15 anos, a taxa foi de 2,045%, refere a Reuters.
No prazo a 15 anos, em que o IGCP captou 295 milhões de euros, o juro ficou aquém dos 2,257% registados no leilão realizado em julho, o primeiro desde que foi lançada esta linha de dívida de longo prazo. Foi em abril do ano passado que esta linha foi estreada, tendo o país conseguido um financiamento de três mil milhões de euros através de uma operação com recurso a um sindicato bancário.
“Portugal volta a emitir divida de longo prazo com uma taxa inferior ao custo médio da sua dívida, esta tendência tem sido uma constante nos últimos meses e é extramente positiva para os interesses nacionais”, diz Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa.
“Apesar de estarmos numa altura em que assistimos a um abrandamento económico que levou as taxas das dívidas soberanas na Europa cair face aos valores que estavam no final do ano, o IGCP acaba por tirar partido deste momento de mercado para emitir dívida com sucesso“, remata o especialista, em comunicado.
Estes mil milhões de euros conseguidos neste primeiro leilão de obrigações do Tesouro deste ano vêm juntar-se aos quatro obtidos na emissão sindicada, elevando para cinco mil milhões o total captado em 2019 através de dívida de longo prazo.
Este ano, as necessidades de financiamento líquidas do Estado para este ano deverão situar-se em cerca de 8,6 mil milhões de euros. Contudo, está prevista a realização de emissões de obrigações no valor de 15,8 mil milhões de euros. Tendo em conta o valor já captado, estão satisfeitas 31,6% das necessidades brutas.
Ao mesmo tempo que emite dívida de longo prazo, Cristina Casalinho procura alongar a maturidade da dívida pública através de operações de troca. A 31 de janeiro, Portugal fez uma troca que permitiu ao país adiar para 2028 o reembolso de 702 milhões de euros em títulos que venciam já no próximo ano.
(Notícia atualizada pela última vez às 12h12 com comentário do Banco Carregosa)
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