Costa remodela a oito meses das legislativas. Até agora já saíram 23 ministros e secretários de Estado do Governo inicial

As eleições europeias obrigam António Costa a mais uma remodelação governamental. Até agora, já saíram 23 ministros e secretários de Estado do Executivo.

Desde que o Executivo tomou posse, em novembro de 2015, já deixaram a equipa de António Costa 23 governantes, a maior parte deles secretários de Estado. A oito meses das eleições legislativas, o chefe do Governo é forçado a avançar com mais uma remodelação provocada pela formação da lista do PS às europeias, eleições marcadas para 26 de maio.

Do elenco inicial, que continha 59 elementos, entre eles o próprio primeiro-ministro, já saíram do Executivo 23 governantes, ou seja, 39%. Já não fazem parte da equipa atual cinco ministros e 18 secretários de Estado que estavam na equipa inicial.

O chefe do Governo prepara agora uma nova remodelação, imposta pelo calendário europeu e pelo facto de Costa ter escolhido para a lista do PS duas pessoas que estão no Governo desde o início. Pedro Marques, ministro do Planeamento e das Infraestruturas, será o número um da lista, onde Maria Manuel Leitão Marques, a ministra da Presidência, também deverá estar.

Com estas duas saídas sobe para 25 o número de governantes a deixar o Executivo (o equivalente a 42% de saídas face à equipa inicial). Mas ainda não é claro se as mexidas ficarão por aqui. Nos últimos dias, as notícias indicam que Pedro Nuno Santos, visto como sendo da ala mais à esquerda no PS, será promovido a ministro das Infraestruturas e Mariana Vieira da Silva, braço direito do primeiro-ministro, ficará com os Assuntos Parlamentares, a secretaria de Estado ainda ocupada pelo também presidente da Federação de Aveiro do PS.

Na remodelação atual, Costa aproveita também para fazer alterações orgânicas. As notícias indicam que Pedro Nuno Santos ficará também com a secretaria de Estado da Habitação, tutelada por Ana Pinho. Esta secretaria de Estado está atualmente no Ambiente, tutelado por João Pedro Matos Fernandes, que, a par de Mário Centeno, é o ministro com mais secretarias de Estado (cinco).

As remodelações feitas por António Costa até agora têm tido várias motivações: uma pretendeu dar resposta às críticas, até feitas pelo Presidente da República, sobre o papel do Estado nos incêndios do verão de 2017 que mataram mais de 100 pessoas, outra aconteceu depois de vários secretários de Estado terem sido constituídos arguidos no caso das viagens pagas pela Galp ao campeonato europeu de futebol, outra serviu para substituir o ministro da Defesa afetado na polémica sobre o roubo de armas em Tancos.

Pelo meio houve novidades orgânicas: a pasta da Energia saiu da Economia para o Ambiente e a secretaria de Estado da Habitação foi criada a meio da legislatura, quando o Governo quis valorizar as políticas de habitação.

Ainda não é certo quando Costa apresentará a remodelação. Esta tarde encontra-se com o Presidente da República na habitual reunião semanal e sábado, na Convenção do PS, Pedro Marques será apresentado como o cabeça de lista socialista às europeias. As mudanças estão para breve.

 

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