Juros da dívida portuguesa em mínimos de quase quatro anos

O BCE sinalizou que a política monetária poderá ser mais expansionista. Por toda a Zona Euro, as yields das dívidas soberanas seguem em queda e as ações dos bancos em alta.

O Banco Central Europeu (BCE) mostrou-se mais dovish [mais focada na expansão] no fim de semana e os juros das dívidas soberanas da Zona Euro seguem em queda. O sentimento positivo nas ações asiáticas e a retoma das negociações comerciais entre China e EUA também estão a impulsionar o apetite por ativos de risco. No caso de Portugal, a yield das obrigações a 10 anos tocaram esta manhã mínimos de quase quatro anos.

As declarações do BCE começaram com o membro da Comissão Executiva Benoit Coeure, na sexta-feira, que afirmou que a instituição liderada por Mario Draghi está a considerar empréstimos de longo prazo aos bancos como forma de garantir a liquidez no mercado depois de ter terminado a compra líquida de dívida e ter iniciado a fase de reinvestimentos no programa de quantitative easing (QE).

No domingo, o governador francês, que também tem assento permanente no conselho do BCE, Francois Villeroy de Galhau, garantiu que a instituição vai analisar todos instrumentos disponíveis para fazer face ao abrandamento económico, sobre o qual disse estar “pragmático”.

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro caíram em reação. A yield das Obrigações portuguesas a 10 anos negoceia em mercado secundário nos 1,563%, um valor que não tocava desde 13 de março de 2015. A quebra acontece depois de, na semana passada, Portugal se ter financiado em mercado primário com o juro mais baixo de sempre na mesma maturidade.

A tendência é generalizada, com o juro da dívida italiana benchmark a cair para 2,775% e o de Espanha para 1,234%. A yield das Bunds alemãs negoceia nos 0,10%. Por outro lado, as ações dos bancos estão a beneficiar, com o índice que agrega os maior players do setor na Europa, o Stoxx 600 Banks, a ganhar 0,96%. “Por um lado, há um sentimento de risco positivo e, por outro, as declarações dovish do BCE, que são neutras”, comentou Mathias van der Jeugt, estrategista de taxas de juro da KBC, em declarações à agência Reuters.

Yields das dívidas soberanas a 10 anos da periferia europeia

Fonte: Reuters

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