Enfermeiros europeus enviam carta ao primeiro-ministro em solidariedade com colegas lusos
Os enfermeiros estão solidários com a luta dos colegas portugueses e consideram ser "imperativo" que o Governo se comprometa com estes profissionais, respeitando o seu "compromisso e dedicação".
Num momento marcado pela agudização das tensões entre o Executivo de António Costa e os enfermeiros portugueses, a Federação Europeia das Associações de Enfermeiros (EFN) mostra-se solidária com a luta dos colegas lusos. Numa carta enviada ao primeiro-ministro, a estrutura referida (que representa mais de três milhões destes profissionais de mais de 36 países da União Europeia) defende ser “imperativo” que o Governo se comprometa com a Ordem dos Enfermeiros.
“Os enfermeiros portugueses, farmacêuticos e médicos levantaram preocupações razoáveis com vista a proteger a segurança dos pacientes, bem como a procurar melhores condições de trabalho, salários, recursos apropriados e respeito pelo seu compromisso e dedicação“, lê-se na missiva assinada pela presidente e pelo secretário-geral da EFN.
Na carta em causa, os enfermeiros europeus apelam ainda ao “respeito” pelo diálogo e à tomada da “ação apropriada”. “Os enfermeiros são recursos valiosos e corresponder às suas necessidades permitirá que se mantenham na profissão e em Portugal”, frisa a estrutura.
Além disso, a associação deixa elogios à Ordem dos Enfermeiros — sublinhando que este é um órgão respeitado a nível europeu e global — e à própria bastonária, Ana Rita Cavaco.
Esta carta da EFN é enviada dois dias depois do Conselho Internacional de Enfermagem (que representa cerca de 20 milhões de enfermeiros a nível mundial) ter também manifestado o seu apoio à luta dos enfermeiros portugueses, numa carta endereçada, dessa vez, a Ana Rita Cavaco.
De notar ainda que esta quarta-feira é o primeiro dia em que passam a ser atribuídas faltas injustificadas a todos os enfermeiros que adiram à greve, que deverá estar em curso até ao final do mês.
Até agora, estas faltas estavam a ser analisadas caso a caso, mas o parecer da Procuradoria-Geral da República (que considerou ilícita a chamada “greve cirúrgica”, que aconteceu no final de 2018) fez o caso mudar de figura. No parecer publicado em Diário a República — que não é vinculativo –, a PGR considera que os trabalhadores que adiram à paralisação em curso devem ter faltas injustificadas, sendo as ausências consideradas uma infração disciplinar.
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