Morreu o advogado António Manuel Arnaut
O advogado, filho de António Arnaut, o "pai" do SNS, era membro da Comissão Política Nacional do PS.
O advogado António Manuel Arnaut, de 59 anos, faleceu esta quarta-feira, em Coimbra, vítima de doença prolongada, avançou o jornal regional Campeão das Províncias. António Manuel Arnaut era filho de António Arnaut, considerado o “pai” do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e um dos fundadores do Partido Socialista (PS). Era membro da Comissão Política Nacional (CPN) do PS.
O socialista, que ingressou na CPN através da quota de António Costa, defendia que a melhor forma de “honrar o legado do pai” seria não limitar o SNS a um papel complementar em relação à rede hospitais privados. “Poderão descerrar as lápides que quiserem, mas a melhor homenagem consiste em cumprirmos o legado que ele nos deixou”, afirmou.
No dia em que António Arnaut faria 83 anos, António Manuel Arnaut deixava um apelo no Facebook: “apelo aos deputados do PS que votem a Lei de Bases do SNS e em especial pela Ministra da Saúde que fiquem do lado certo da história”.
Na sua biografia nesta rede social pode ler-se “nascido em abril de 1960, casado, advogado, residente em Coimbra desde novembro de 1970”.
Recentemente, em janeiro, o advogado esteve presente no lançamento de um livro de poemas inéditos do pai, também escritor, intitulado “Poemas de Outono e Inverno — Poemas da Finitude”, onde referiu que esta era mais “uma forma de continuar a homenagem” a António Arnaut.
O jurista esteve na origem do Observatório de Saúde António Arnaut, criado em janeiro e que visa defender e apoiar a modernização e a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Coordenado pelo clínico Américo Figueiredo, este observatório foi criado por “um grupo de cidadãos interessados na área da saúde”, incluindo de outros setores profissionais, como o advogado António Manuel Arnaut, filho do patrono.
Carlos Cidade, presidente da concelhia do PS em Coimbra, recorda Arnaut como “um cidadão apaixonado pela liberdade e pela democracia, o que lhe permitiu sempre dizer o que lhe ia na alma”.
“Nos últimos tempos, fica a imagem do defensor incansável do seu SNS que tanto o ajudava a lutar contra a doença prolongada e que quis preservar com a criação do Observatório da Saúde e com os repetidos apelos ao investimento no SNS e nos seus profissionais, bem como numa revisão da Lei de Bases da Saúde que respeitasse o legado que seu pai nos deixou”, recorda Carlos Cidade, lamentando o desaparecimento de um homem com um “humor fugaz” e um “filho, marido e pai dedicado”.
Numa nota de pesar, a CPN do PS enaltece o percurso de António Manuel Arnaut. “A coragem a e generosidade de António Manuel Arnaut — bem patentes na forma como enfrentou as adversidades que marcaram a última fase da sua vida — constituirão traços indeléveis na memória de todos os que tiveram a felicidade de o conhecer”, lê-se na nota enviada à Lusa.
(Notícia atualizada às 12h08 com nota de pesar da CPN do PS)
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