Regulador europeu quer combater abusos nos seguros. “Lidem com isto antes de nós chegarmos lá”, alerta as seguradoras
O combate a práticas lesivas dos consumidores será a prioridade para os próximos anos. Por isso, as seguradoras portuguesas que se preparem. "Isto não é teoria, é a prática", alerta o regulador.
Gabriel Bernardino, presidente do regulador europeu dos seguros (EIOPA, na sigla inglesa), afirma que o combate a práticas lesivas dos consumidores será a prioridade da entidade nos próximos anos. E as seguradoras portuguesas que se preparem: “Lidem com isto antes de nós chegarmos lá”.
“Nós temos atacado bastante a identificação de modelos de negócios insustentáveis, que se traduzem em práticas que levam a que os consumidores sejam afetados”, começou por dizer Gabriel Bernardino, citado pelo Jornal de Negócios (acesso pago), durante a conferência “Os Seguros em Portugal”, em Monsanto. Mas o presidente do regulador quis mesmo deixar a ideia de que “isto não é teoria, é a prática”.
“Já há várias empresas que foram fechadas a nível europeu decorrente desta análise. Está a acontecer e vai continuar a ser uma prioridade do nosso lado”, alertou, deixando um aviso às seguradoras portuguesas. “Nós esperamos que o mercado — sejam as seguradoras, sejam os distribuidores — faça o seu trabalho de casa. Há conflitos de interesse na venda destes produtos. Há questões de fairness que têm de ser atacadas. E se não forem atacadas pelo próprio setor, vão ser pelos supervisores. E eu preferia que o setor tratasse dos seus esqueletos antes que a supervisão chegasse. E nós vamos chegar lá”, disse Gabriel Bernardino.
Na mira da autoridade europeia estarão, sobretudo, os seguros “unil link” e as comissões neles praticadas, os seguros vendidos associados a cartões de crédito, à compra de telemóveis e outro tipo de compras. Mas, os seguros de vida também vão ser um dos principais alvos, sobretudo em Portugal. “Muito importante para o mercado de seguros português, os seguros de vida associados ao crédito à habitação e ao crédito ao consumo”, acrescentou Gabriel Bernardino.
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