Contenção dos partidos eurocéticos nas europeias acalmam investidores. Bolsas abrem em alta
O setor automóvel é o que mais ganha, após a Fiat Chrysler Automobiles ter proposto esta segunda-feira um plano de fusão com a empresa francesa Renault.
A fraca expressão dos partidos eurocéticos nas eleições deste domingo deu ânimo aos investidores na abertura dos mercados europeus. As principais bolsas abriram esta segunda-feira no verde e Lisboa não fugiu à tendência. O português PSI-20 sobe 0,22% para 5.108,70 pontos, com dez das 18 cotadas em terreno positivo.
“O grande tema do dia são as possíveis reações às eleições europeias. As bolsas e o euro mostram-se estáveis, com os investidores ainda a fazerem as suas análises sobre as consequências destas eleições“, afirmou Carla Maia Santos, sales team leader da corretora XTB, num comentário às votações para os 751 assentos disponíveis no Parlamento Europeu, que decorreram nos 28 países da União Europeia.
A grande preocupação para os investidores era que movimentos eurocéticos — nomeadamente o francês National Rally, o italiano The League, o alemão Alternative for Germany ou espanhol Vox — aumentassem o número de lugares, especialmente porque os partidos que venceram estas eleições ficam responsáveis por decidir sobre o Brexit e outros assuntos, como a emigração ilegal, durante os próximos anos.
“O mais importante é que o movimento populista não ganhou tanto apoio como esperado, o que acaba por não criar nenhum movimento brusco no mercado, na abertura, não alterando as tendências principais“, acrescentou Carla Maia.
O índice pan-europeu Stoxx 600 abriu a ganhar 0,4%, enquanto o italiano FTSE MIB sobe 0,2%, o francês CAC 40 avança 0,5%, o espanhol IBEX 35 soma 0,6% e o alemão DAX sobe 0,6%. Em sentido contrário, o euro deprecia-se 0,02% contra o par norte-americano para 1,120 dólares.
“Com a mais baixa taxa de abstenção das últimas duas décadas, as eleições europeias permitiram aos partidos tradicionais de centro-direita e centro-esquerda manter a sua maioria no parlamento europeu – EPP (23,8%), o S&D (20%) e o ALDE (14,2%) –, mitigando o crescimento dos partidos extremistas com visões mais populistas e eurocéticas. Em quarto lugar, ficaram os verdes que conquistaram 70 (9,3%) dos 751 lugares”, acrescentou o BiG – Banco de Investimento Global.
No campo empresarial, o destaque está no setor automóvel, que valoriza 2,6% graças às movimentações de fusões e aquisições. A Fiat Chrysler Automobiles (FCA) propôs esta segunda-feira um plano de fusão com a empresa francesa Renault, para criar o terceiro maior grupo global do setor. De acordo com a proposta, o novo grupo seria detido em 50% pelos acionistas da fabricante ítalo-americana e em 50% pelos da Renault. A proposta prevê ainda que o grupo seja cotado nas bolsas de Paris, Nova Iorque e Milão.
Entre as cotadas portuguesas, a Galp Energia lidera os ganhos, a subir 1,1% para 14,14 euros por ação, enquanto os pesos-pesados BCP (0,99%), EDP (0,48%) e Jerónimo Martins (0,26%) também seguem alta. Em sentido contrário, a EDP Renováveis desliza 0,23% para 8,75 euros por ação.
(Notícia atualizada às 08h45)
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