Quanto tempo dura uma nota? De 5 a 50 euros, duram pouco

  • ECO
  • 4 Junho 2019

A duração das notas de euro depende de muitos fatores. Um deles tem a ver com o simples valor da nota, esclarece o BdP num descodificador onde revela ainda os segredos para aumentar a sua duração.

Já lhe deram troco em notas e recebeu uma nota estragada? Tal não é de estranhar tendo em conta que a duração das notas de euro não é muito alargada. O tempo médio de vida das notas de euro é bem inferior ao número de anos que passaram desde o primeiro dia em que a moeda única começou a ser distribuída nos 11 países fundadores do euro, a 1 de janeiro de 2002. Ou seja, há 17 anos.

O tempo de “vida” varia consoante o valor da nota, mas há outros fatores, diz o Banco de Portugal. Em três pontos, fique a conhecer mais pormenores sobre a duração e os meios utilizados para prolongar o tempo de vida das notas da moeda única.

Qual o tempo de vida do euro?

As notas de valor mais baixo são as que apresentam menor tempo de vida. Em média, na área do euro, as denominações de 5, 10, 20 e 50 euros duram entre dois a três anos. Mas porquê? Deve-se ao simples facto de serem utilizadas sobretudo como meio de troco, apresentando uma elevada frequência de utilização.

“Como são mais rodadas, as notas de valor mais baixo estão também mais expostas ao desgaste e deterioração que decorre do seu manuseamento. Quanto mais frequente é a utilização de uma nota, mais provável é que a sua qualidade e integridade sejam postas em causa”, esclarece a entidade liderada por Carlos Costa.

Já as notas de valor mais alto são menos utilizadas no dia-a-dia, sendo, com frequência, usadas como reserva de valor. É por isso que as notas de 100, 200 e 500 euros têm maior durabilidade. Na área do euro, o tempo médio de vida das denominações de 100 e 200 euros varia entre 8 e 10 anos e a nota de 500 euros tem uma duração próxima de 12 anos. De salientar que a nota de 500 euro deixou de ser fabricada devido ao entendimento de que está ligada ao financiamento de atividades criminais.

Que fatores afetam a duração das notas?

Há diversos fatores que condicionam o tempo de vida das notas. Nomeadamente, as características específicas de cada nota, o seu ciclo de vida, a velocidade de circulação na economia e o circuito de recolha, explica ainda o BdP.

No que respeita ao impacto dos atributos específicos das notas sobre a sua durabilidade, este tem a ver com os materiais usados na sua produção que condicionam a sua resistência. Também o percurso que as notas fazem desde a sua produção e colocação em circulação até à recirculação afeta o tempo médio de vida. A velocidade de circulação na economia, ou seja, o número de vezes que uma nota é transferida de mão em mão, é outro dos fatores que influencia o seu tempo de vida, tal como o seu circuito de recolha, avaliação e posterior disponibilização por parte dos bancos centrais.

“Até a forma como as notas são guardadas, desde o momento em que são produzidas até serem colocadas em circulação, e o clima da região em que circulam afetam a sua durabilidade”, acrescenta a instituição liderada por Carlos Costa.

Como se aumenta a resistência das notas?

A durabilidade é uma das preocupações que os bancos centrais têm em conta no momento de conceber uma nota. “Tornar as notas de euros mais resistentes e mais seguras foi, aliás, o objetivo do lançamento da segunda série das notas de euros, a série Europa, introduzida em 2013”, adianta o BdP.

Para aumentar a sua resistência, o papel em que as notas são impressas é composto por fibras de algodão. Nas notas de 5 e 10 euros da série Europa é também aplicada uma camada protetora após a impressão, para reforçar a durabilidade destas denominações que têm uma alta rotação de circulação.

A aposta na qualidade das notas é feita, contudo, com a preocupação de permitir o equilíbrio com os custos da sua substituição. As notas têm de ter qualidade para garantir a confiança do público no numerário – o que depende da perceção da legitimidade das notas, ou seja, da capacidade de detetar com facilidade os seus elementos de segurança – e permitir a verificação automática da sua legitimidade, de que o Banco de Portugal é responsável. “Contudo, no seu processo de conceção e produção, assim como na política de escolha de notas adotada pelos bancos centrais, são também tidos em conta os custos financeiros de fabricação, os encargos de segurança e o impacto ambiental“, diz a esse propósito o banco central português.

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