Bolsa de Lisboa afunda com dez cotadas a perderem mais de 1%

O vermelho foi a cor dominante na última sessão da semana do PSI-20. O índice desvalorizou 1,23% e liderou as perdas entre as principais praças europeias.

A bolsa de Lisboa pintou-se de vermelho com dez das 18 cotadas a desvalorizarem mais de 1% e apenas duas a escaparem às perdas. O PSI-20 desvalorizou 1,23% para 5.130,35 pontos e liderou as perdas na Europa, onde o sentimento também foi negativo graças às renovadas tensões entre EUA e Irão.

Os ataques a dois navios petroleiros norte-americanos no Golfo do Omã — que os EUA dizem ser responsabilidade do Irão, mas o país nega — renovou as preocupações dos investidores e afundou as bolsas globais. Lisboa não foi exceção, com as empresas exportadoras a serem particularmente penalizadas.

“A Altri, que nos últimos dias vinha a recuperar face a uma melhoria do sentimento, voltou a ser penalizada pelo pessimismo que se reinstalou em termos de cenário geopolítico”, explicam os analistas do BPI. A cotada, que corrige também dos fortes ganhos da última sessão, foi a que mais caiu com um tombo de 3,02% para 6,26 euros por ação.

Altri lidera perdas em Lisboa

“Outros exemplos que prejudicaram o mercado foram a Mota-Engil [que desvalorizou 2,82% para 1,86 euros], os CTT [que perderam 2,97% para 2,16 euros] e o BCP [que caiu 2,68% para 0,25 euros]. O banco acabou por apresentar uma undeperformance face ao respetivo setor na Europa que apenas se desvalorizou cerca de 0,70%”, referiram.

No retalho, a Sonae desvalorizou 2,21% e a Jerónimo Martins 1%. Já na energia, a EDP deslizou 0,23% e a Galp recuou 0,83%, apesar da correção no preço do petróleo. O brent de referência europeia valorizou 1,06% e o crude WTI ganhou 0,73%.

Com bolsas globais no vermelho, é a dívida que brilha

O PSI-20 registou assim a pior queda diária desde 13 de maio e fechou a semana com um saldo negativo de 0,23%. “Esta última sessão da semana foi negativa para as bolsas europeias, incluindo para a nacional. O PSI-20 teve praticamente todos os seus títulos em terreno negativo, com exceção da Ibersol e da EDP Renováveis”, acrescentaram os analistas do BPI. A gestora de restaurantes valorizou 0,75%, enquanto a eólica fechou inalterada nos 9,20 euros por ação.

O receio geopolítico generalizado levou a que o índice pan-europeu Stoxx 600 caísse 0,41%. O índice alemão DAX perdeu 0,60%, o francês CAC 40 recuou 0,23%, o espanhol IBEX 35 cedeu 0,26%, o italiano FTSE MIB deslizou 0,09% e o britânico FTSE 100 perdeu 0,31%.

Com os investidores a fugirem das ações, foi o mercado de dívida a beneficiar. Não só os ataques aos petroleiros, mas também dados da produção industrial na China abaixo do esperado (que fazem regressar os receios com o impacto da guerra comercial na economia global), levaram a yield da dívida alemã a 10 anos para mínimos de sempre, em -0,27%.

Também em Espanha, o juro das obrigações com essa maturidade negociaram pela primeira vez abaixo de 0,50%. Em Portugal, a yield continua a renovar mínimos, tendo tocado os 0,603%. “Os dados chineses desapontaram, especialmente os números da produção industrial, o que deu um impulso adicional ao mercado de obrigações”, referiu Chris Scicluna, head of economic research da Daiwa Capital Research, à Reuters.

(Notícia atualizada às 17h)

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