Fatura do MB Way chega hoje aos clientes do BCP e Crédito Agrícola

Os bancos liderados por Miguel Maya e Licínio Pina começam a cobrar aos clientes a partir desta segunda-feira pelas transferências MB Way.

Após o BPI no início de maio, chega a vez do BCP e do Crédito Agrícola também começarem a cobrar pelas transferências MB Way. Nesta segunda-feira entram em vigor as alterações aos preçários dos dois bancos que vêm determinar o início da cobrança deste tipo de transferências aos respetivos clientes. O custo varia consoante a plataforma utilizada no caso do BCP, sendo que mais de metade dos seus clientes estão isentos dessa comissão. No caso do Crédito Agrícola, o valor será cobrado sempre que as transferências MB Way tenham como destino clientes de outros bancos.

Foi há dois meses e meio — no início de abril — que o BCP anunciou aos seus clientes que a partir de 17 de junho iria começar a cobrar pelas transferências MB Way. A partir de hoje passam a pagar 0,5 euros, a que acresce Imposto do Selo (IS) a uma taxa de 4%, por cada transferência MB Way que realizem a partir da App Millennium. Ou seja, 0,52 euros.

Já os clientes que façam o mesmo tipo de transferências, mas utilizem a app MB Way, o custo de cada operação passa a ser de 1,20 euros, acrescido de Imposto do Selo à mesma taxa. O valor final fica em 1,248 euros.

Contudo, mais de metade dos clientes do BCP continuam a não pagar qualquer valor pela realização de transferências MB Way. Dos cerca de dois milhões do número total dos seus clientes, mais de um milhão estão isentos desse encargo, revelou o banco.

É o caso dos clientes que têm contas com algumas soluções integradas. Especificamente: “Cliente Frequente”, “Millennium GO!”, “Programa Prestige, “Programa Prestige Direto” e “Portugal Prestige”. Também os clientes com até 23 anos de idade não pagam.

No que respeita ao Crédito Agrícola, o ECO avançou em primeira mão que a instituição iria alterar o respetivo preçário a partir também deste dia 17 de junho. Nessas alterações, para além de começar a cobrar pelas transferências online, o banco liderado por Licínio Pina também vai impor comissões nas transferências MB Way. O valor a cobrar será de 26 cêntimos por operação (25 cêntimos mais Imposto de Selo) a aplicar sempre que os destinatários sejam clientes de outros bancos.

Ligação forte ao banco permite contornar custos

O tipo de estrutura do comissionamento das transferências MB Way que o BPI e o BCP, especificamente, estão a implementar promove uma relação de troca em que isentam ou cobram menos desde que os clientes mantenham uma ligação forte com a instituição.

É o caso da isenção da comissão sobre as transferências MB Way aos clientes que utilizem ou adiram às contas “pacote”, como acontece no BCP. O mesmo acontece quando há isenção — caso do BPI — ou é cobrado menos — caso do BCP — aos clientes que efetuem as transferências MB Way através da app do banco em vez da app MB Way disponibilizada pela SIBS.

Os clientes destes bancos que pretendam eliminar ou reduzir na sua fatura de custos a cobrança pelas transferências MB Way têm assim essas vias. Quem não esteja disposto a isso, a alternativa é trocar ou abrir conta noutra instituição financeira que não aplique comissões por esse serviço.

E mudar de banco, até quando compensa?

São assim já três os bancos que começaram a cobrar aos clientes pela realização de transferências MB Way, e tudo aponta para que gradualmente a aplicação deste tipo de comissões se estenda pelas restantes instituições financeiras.

O Santander, por exemplo, já deu conta que também vai começar a cobrar por este tipo de operações, tendo agendado para julho pormenores sobre a forma como o iria fazer. Foi o próprio CEO, Pedro Castro e Almeida, que o disse aquando da apresentação das contas do primeiro trimestre do Santander, ocasião em que deu apenas sinal de que a estratégia passará por incentivar o uso da aplicação interna do banco, e que tal como no BCP, ficarão isentos jovens e clientes com maior envolvimento com o banco. Em preçário, ainda não surge qualquer valor no Santander.

Mas o mesmo não acontece noutros bancos que, apesar de não cobrarem, já assumem valores em preçário. É o que se passa com a Caixa Geral de Depósitos e o Montepio, com ambos a publicitarem um custo de 20 cêntimos por cada transferência MB Way. “Temos esta comissão em preçário, mas não estamos a cobrar“, afirmou ao ECO fonte oficial da Caixa, adiantando que “não há qualquer decisão sobre a alteração a esta realidade“. Já no caso do Montepio, em preçário está especificado que as transferências MB Way estão isentas até ao final deste ano.

Nos restantes, ou não surge qualquer referência em preçário às transferências MB Way — no Novo Banco, Eurobic e Banco CTT — ou quando tal acontece — Bankinter — é especificada a sua isenção.

Questionados sobre a possibilidade de virem a introduzir comissões pelas transferências MB Way, não foi possível ter feedback do Novo Banco, Eurobic e Banco CTT. Já o Bankinter disse que “não está prevista qualquer alteração” do seu preçário no que respeita às transferências MB Way.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Fatura do MB Way chega hoje aos clientes do BCP e Crédito Agrícola

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião