Powell garante que a Fed está a “monitorizar de perto” a economia, mas não quer “exagerar na reação”

O presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, clarificou as mudanças no discurso do banco central numa audiência no Conselho para as Relações Internacionais.

Os riscos para a economia dos EUA estão a aumentar e a Reserva Federal norte-americana está atenta, mas uma reação exagerada significaria maior incerteza para o mercado, segundo explicou o presidente do banco central, Jerome Powell, num discurso no Conselho para as Relações Internacionais, think tank independente ligado à administração norte-americana.

“Os riscos para o cenário base favorável parecem estar a aumentar”, alertou Powell. Reconheceu que a Fed não mudou a atuação de nenhum instrumento de política monetária (mantendo a taxa de juro de referência inalterada), mas que fez “mudanças significativas” no discurso.

“Desde o início do ano, adotámos uma postura paciente em relação à avaliação da necessidade de mudanças nas políticas. Agora, referimos que o comité está a monitorizar proximamente as implicações da informação que vamos recebendo para o outlook económico e irá agir de forma apropriada para sustentar a expansão, com um forte mercado de trabalho e inflação próxima da meta de 2%”, referiu o presidente da Fed.

Jerome Powell clarificou, assim, a alteração no discurso que saiu da reunião de política monetária na semana passada. Os juros mantiveram-se inalterados num intervalo entre 2,25% e 2,50%, mas houve mudanças no dot plot (o mapa de previsões de agrega as opiniões dos membros do comité sobre a estratégia para os juros), com maior número de participantes a antecipar cortes.

Sete dos 17 membros da Fed consideram que será apropriado reduzir a taxa de juro em meio ponto percentual no final de 2019 e um oitavo membro antecipa uma redução de 0,25 pontos percentuais. O mercado começou a descontar a hipótese de um corte nos juros norte-americanos ainda este ano, mas Powell deixou agora claro que vai agir com cautela.

“A questão que os meus colegas e eu estamos a lutar é se estas incertezas vão continuar a pesar no outlook e se serão necessárias políticas acomodatícias adicionais. Muitos participantes do comité acreditam que é esse o caso, mas também estamos conscientes que a política monetária não deve exagerar na reação a dados individuais ou mudanças de sentimento a curto prazo. Fazê-lo seria arriscar acrescentar ainda mais incerteza ao outlook“, acrescentou.

Medidas adicionais foi também o que o homólogo europeu — Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu — anunciou na semana passada que poderia vir a ser necessário na Zona Euro. Ambos têm sido fortemente criticados pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que ainda esta segunda-feira voltou a usar o Twitter para apontar o dedo a Powell, dizendo que a Fed “não sabe o que está a fazer”.

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