Leilões de energia solar receberam 64 candidaturas. Investimento atingirá mil milhões e ganhos serão dos consumidores

Procura por leilões para transformação de 1400 MW de energia solar superou os 10 mil MW. Ministro do Ambiente confiante que concorrência entre empresas vá trazer elevado ganho a consumidores.

Os leilões para a atribuição de 1.400 megawatts (MW) em licenças para exploração de energia solar com ponto de ligação à rede lançados pelo Governo no início de junho atraíram um total de 64 candidaturas para os 24 lotes em concurso, revelou esta segunda-feira o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes. “Foi um sucesso. Temos 64 entidades a concorrer, ou seja, a procura foi nove vezes superior aos 1.400 MW a concurso, totalizando mais de dez mil MW”, afirmou o governante.

“Dos 24 lotes colocados a concurso, haverá leilões em 22. Um dos lotes ficou ‘deserto’, e noutro apareceu apenas um candidato. Os restantes 22 lotes têm aproximadamente dez candidaturas cada um”, detalhou ainda Matos Fernandes aos jornalistas, assegurando que o elevado nível de procura pelos leilões se traduzirá em ganhos para os consumidores, sejam empresariais, sejam domésticos.

“Traz muito boas perspetivas num duplo ponto de vista. O preço máximo permitido é de 45 euros por megawatt e este valor virá por aí abaixo com tanta concorrência. Logo teremos energia transformada a um custo mais baixo, com ganhos para todas as empresas e consumidores domésticos“, salientou o ministro. Esta certeza advém dos moldes em que foi desenhado o leilão, de sentido descendente. Ou seja, em cada lote será escolhido quem oferecer o custo mais baixo de transformação de um MW.

João Matos Fernandes referiu que o custo de transformação de um MW no mercado ibérico ronda atualmente os 55 euros sendo que, pelas regras do leilão de energia solar agora em curso, o valor mais alto permitido é de 45 euros. Contudo, e considerando que na grande maioria dos lotes há perto de dez interessados, a expectativa é que o preço de transformação final seja bastante inferior, defendeu o ministro. “Obviamente se temos um máximo de 45 euros e há concorrência, o valor virá por aí baixo”, explicou.

Além do fator preço, o nível de procura agora registado deixa também antever um bom comportamento da economia portuguesa em termos de cumprimento de metas internacionais, realçou Matos Fernandes. “Sabemos que temos que ter até 2030 aproximadamente sete GW e só neste leilão tivemos uma procura de dez GW, ou seja, há todas as condições para que se confirme o desejo de chegar a 2030 com 80% da eletricidade com origem renovável, com grande crescimento do solar.”

Segundo contas do Governo ao total de megawatts agora colocados a concurso, a atribuição destes 1.400 MW para transformação desde energia solar deverá significar qualquer coisa como um investimento de “aproximadamente 800 a mil milhões de euros”, apontou Matos Fernandes.

Em relação às candidaturas que foram apresentadas, o ministro detalhou que há entidades nacionais, vários estrangeiros e algumas empresas que, “pela marca comercial, não consegui identificar”.

Leilões concluídos até 10 de agosto

Dos 24 lotes a concurso, dois não irão passar pelo leilão, já que um não recebeu qualquer candidatura, e um outro apenas suscitou interesse a uma entidade. O primeiro, previsto para uma região entre Alcobaça e Batalha, deverá cair, ao passo que o segundo será alvo de um processo diferente. “O lote que só teve um candidato vai depender do preço médio dos outros leilões. Se o interessado aceitar o preço médio que resultar dos 22 leilões, então poderá avançar”, esclareceu o ministro.

As candidaturas entregues serão analisadas nas próximas semanas, sendo que o Governo estima que todas “sejam aceites”, já que as regras definidas no leilão eram “muito claras” Contudo, primeiro há uma avaliação prévia das candidaturas e, seguidamente, avança o leilão. Segundo Matos Fernandes, a previsão é que os leilões estejam totalmente concluídos até 10 de agosto.

A economia portuguesa conta atualmente com uma capacidade de transformação de energia solar na ordem dos 700 MW, com o Governo a contar atingir os 1,5 GW até ao final de 2020.

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