Acordos escritos são um “compromisso mais claro”, diz o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro

  • ECO
  • 14 Julho 2019

Em entrevista ao Negócios/Antena 1, Duarte Cordeiro sublinha o nível de convergência à esquerda e defende que para o PS é mais prioritário aumentar o investimento público do que baixar impostos.

O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, defendeu, em entrevista ao Negócios/Antena 1, que é mais claro para os eleitores a existência de acordos escritos, embora admita que “não é imprescindível”. O governante destaca o “nível de convergência” à esquerda durante a atual legislatura.

“Acho que é mais transparente e um compromisso mais claro a existência de acordos escritos”, declarou, acrescentando que os partidos “devem fazer esse esforço”. No entanto, destacou não achar obrigatório para que haja um entendimento. “Não acho imprescindível”, afirmou.

Os partidos têm dado sinais sobre o que querem ou não em matéria de acordos na próxima legislatura, caso venham a ser necessários. Há um ano, o Público noticiou que um entendimento à esquerda fazia parte dos planos de António Costa, mas que o líder do PS dispensava papéis que formalizassem a convergência. Em junho deste ano, o secretário-geral do PCP admitiu futuros entendimentos, mas identificou “dificuldades objetivas” em comprometer-se com acordos escritos à esquerda. Na semana passada, durante o debate do Estado da Nação, Catarina Martins, a líder do Bloco de Esquerda destacou a importância de acordos escritos e detalhados ao acusar o Governo de ter falhado “nas áreas onde os acordos foram menos concretos”, dando como exemplo o investimento público.

As sondagens têm dado vitória ao PS mas sem maioria absoluta, o que obrigará Costa a procurar parceiros de governação. No debate do Estado da Nação, os partidos da geringonça fizeram um balanço positivo dos anos dos quatro anos de governação e deixaram portas abertas para possíveis entendimentos depois das eleições de 6 de outubro.

Na mesma entrevista, Duarte Cordeiro, garantiu que até agora não houve conversas exploratórias entre os partidos para preparar cenários do pós-eleições. “Em função dos resultados eleitorais se verá aquilo que são os possíveis entendimentos políticos”. Mas salientou que “80%” dos diplomas aprovados no Parlamento tiveram acordo dos parceiros que suportam o Governo.

O governante criticou ainda o cenário macroeconómico do PSD, que prevê mais investimento público e menos impostos. “Não bate certo. Parece que quer agradar a todos, mas vai perdendo credibilidade com este tipo de posicionamento”, disse. Lembrou que no caso do PS a redução de impostos “não começa agora”, mas evitou detalhar que planos tem o Governo para a próxima legislatura em matéria de redução da carga fiscal. Ainda assim, foi claro ao afirmar que entre aumentar o investimento público e baixar impostos, o primeiro objetivo é prioritário.

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