Exportações diminuem 8,3% em junho

As exportações diminuíram 8,3% em junho e as importações 4,1% em comparação com o mesmo mês de 2018, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, levando a um agravamento do défice comercial.

As exportações de bens diminuíram 8,3% em junho, comparando com o mesmo mês de 2018, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. As importações também diminuíram, mas 4,1%, não impedindo assim o agravamento do défice comercial, que atingiu os 1.833 milhões de euros.

Segundo o INE, parte da explicação para a queda tão acentuada das exportações de bens passa por o mês de junho ter tido menos quatro dias úteis que o mês de maio. Mas esta não é a única explicação. A exportações de combustíveis caiu 34,3% em junho, e a importação dos mesmos produtos diminui 24,8%, havendo ainda um acréscimo substancial de material de transporte (32,4%), sobretudo devido à compra de aviões.

No entanto, a importação de aviões não deve ter impacto nas contas do PIB, uma vez que estes apesar de registados nos dados do comércio internacional — que regista fluxos de entradas e saídas –, só contam para o crescimento económico se houver transferência da propriedade económica, o que não acontece quando o negócio é feito com registo a locações operacionais.

O valor das exportações foi o mais baixo deste ano e registou a pior variação mensal desde agosto do ano passado, um mês tradicionalmente mais fraco. Em comparação com maio, as exportações diminuíram 15,4%.

Défice comercial aumenta em 150 milhões de euros

As importações também apresentaram uma diminuição pronunciada, mas não tanto com as exportações, em parte devido à importação de aviões descrita acima. Esta queda não impediu um novo agravamento do desequilíbrio já existente da balança comercial de bens, que atingiu os 1.833 milhões de euros em junho.

Mesmo excluindo os combustíveis, o défice da balança comercial de bens aumentou. Segundo o INE, o défice comercial sem combustíveis e lubrificantes cresceu 288 milhões de euros, atingindo os 1.270 milhões de euros em junho.

Portugal vende menos para os seus cinco maiores mercados

Sinal do abrandamento que se tem vindo a verificar nos fluxos de comércio, e na atividade económica como um todo na União Europeia, as exportações de bens portuguesas para os 28 Estados-membros da União Europeia caíram 5,6% em junho.

A maior redução é precisamente nas exportações para Espanha, o maior mercado para as exportações portuguesas, onde se verifica uma diminuição de 9,2%. Mas as vendas para o Reino Unido e Estados Unidos também apresentaram reduções pronunciadas, especialmente em termos relativos, com quedas de 10,1% e 11,7%, respetivamente.

As exportações para França e Alemanha, segundo e terceiro maiores mercados para as exportações portuguesas, também diminuíram.

A segunda maior diminuição entre os 10 principais mercados para as exportações portuguesas foi, no entanto, nas trocas com Angola. As compras de produtos portuguesas por Angola têm vindo a diminuir de forma sustentada nos últimos anos, com ocasionais recuperações apenas parciais, mas em junho voltaram a diminuir de forma pronunciada. Os dados do INE demonstram uma redução de 31,3% em junho, baixando da barreira dos 100 milhões de euros.

Entre os 10 principais mercados para as exportações portuguesas, só o Brasil comprou menos a Portugal, tendo importado apenas 50 milhões de euros em produtos (ainda assim um aumento face aquilo que se verificava há um ano).

Portugal compra menos aos EUA e mais à China e à Rússia

Apesar da diminuição pronunciada nas exportações para a União Europeia, globalmente Portugal aumentou as importações oriundas da União Europeia em 1,8%. A maior justificação para este aumento está a importação de aviões de França, que fazem com que as importações de França tenham aumentado 61,2%.

Tirando esta compra extraordinária, as importações diminuíram de forma pronunciada entre os principais mercados, como Espanha (4,4%), Alemanha (7,3%), Itália (2,7%) e Países Baixos (13,1%).

Também as importações oriundas dos Estados Unidos registaram uma redução pronunciada, de 29,1%, com Portugal a manter ainda assim um saldo positivo nas trocas de bens com os Estados Unidos.

Apesar da tendência geral de diminuição das importações, houve um aumento das importações oriundas da Rússia (16,6%) e da China (7,8%).

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