Economia estabiliza no segundo trimestre. PIB cresceu 1,8%

A economia portuguesa cresceu 0,5% no segundo trimestre face aos primeiros três meses do ano e 1,8% em termos homólogos. Investimento foi mais fraco. Meta do Governo para o conjunto de 2019 é de 1,9%.

A economia portuguesa cresceu 0,5% no segundo trimestre face aos primeiros três meses do ano e 1,8% em termos homólogos, avança o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira, mantendo assim o mesmo ritmo de crescimento verificado no arranque de 2019, apesar do abrandamento da conjuntura europeia.

No primeiro trimestre, a economia cresceu 0,5% em relação aos três meses anteriores e 1,8% em termos homólogos, acelerando uma décima em cada um dos casos em relação ao desempenho registado no final do ano passado, com um contributo relevante do investimento.

As previsões dos analistas consultados pelo ECO admitiam um crescimento em cadeia que podia variar entre 0,3% e 0,7%. No caso da taxa de variação homóloga, as projeções oscilam entre 1,5% e 1,9%. O Governo esperava um segundo trimestre dinâmico e até uma aceleração. No entanto, em comunicado, o Ministério das Finanças sublinha o facto de Portugal “manter a dinâmica de crescimento verificada no trimestre anterior”, com um “reforço da trajetória de convergência face à Europa” e de este ser “o 21.º trimestre consecutivo da economia portuguesa”.

“A economia portuguesa tem hoje bases sólidas para enfrentar um contexto externo pautado pela acumulação de riscos. A recuperação do investimento ao longo dos últimos anos, a estabilização do setor financeiro, o reequilíbrio das contas externas e os progressos alcançados na consolidação estrutural das contas públicas constituem pilares sólidos para o crescimento económico nos próximos anos”, acrescenta o mesmo comunicado.

Investimento perde gás no segundo trimestre

Os valores referentes ao segundo trimestre ainda são provisórios e ainda não têm o detalhe suficiente para uma análise mais profunda. No entanto, o INE aponta já para uma inversão de tendência nos contributos para o crescimento face ao que se passou no arranque do ano.

“O contributo da procura interna para a variação em cadeia do PIB foi negativo, após ter sido positivo no primeiro trimestre. Por sua vez, o contributo da procura externa líquida foi positivo, depois de ter sido negativo no trimestre precedente”, avança o instituto estatístico.

"O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu, refletindo a desaceleração das despesas de consumo final e, em larga medida, do Investimento.”

Instituto Nacional de Estatística

Também ao nível da comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, o INE antecipa uma deterioração da componente interna, apontando principalmente para o investimento, que no início do ano tinha dado sinais de recuperação.

“O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu, refletindo a desaceleração das despesas de consumo final e, em larga medida, do Investimento”, indica o INE, acrescentando que, por outro lado, “o contributo da procura externa líquida foi menos negativo que o observado no trimestre anterior, em resultado da maior desaceleração das Importações de Bens e Serviços que a observada nas Exportações de Bens e Serviços”.

Num comentário aos dados do INE, o BPI refere que “o menor contributo da procura interna era esperado, na medida em que se previa uma dinâmica menos positiva do consumo, refletindo a possibilidade de que as famílias tenham já satisfeito grande parte das necessidades de consumo que tinham adiado nos anos da crise. Assim, antecipa-se, até ao final do ano, uma evolução mais moderada da despesa das famílias”.

“Quanto ao investimento, o abrandamento referido pela nota do INE surge como normal, depois de no trimestre anterior esta componente ter avançado 11,6% homólogo”, acrescenta o BPI Research.

O Governo espera que a economia cresça este ano 1,9%, mas a maioria das instituições vê o PIB a subir menos. No ano passado, o PIB cresceu 2,1%.

A 30 de agosto, o INE publicará dados mais definitivos para as contas nacionais, onde confirma (ou não) estes números e avança com informações mais detalhadas sobre as taxas de variação e os contributos das várias componentes para o PIB.

Evolução do PIB (Valores em percentagem)

Fonte: INE

(Notícia atualizada às 10h48 com comentário do BPI e novamente às 11h57 com o comunicado do Minsitério das Finanças)

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