França pressiona Alemanha a investir mais. Pede “solidariedade” com a Zona Euro

Numa recomendação pouco comum, o ministro das Finanças de França disse que a Alemanha tem de começar a investir já e que deve demonstrar "solidariedade" com a Zona Euro.

O ministro das finanças de França disse este sábado que a Alemanha tem de aumentar o investimento público — algo que Berlim está relutante em fazer –, e que tem de o fazer agora, caso contrário a Europa não terá futuro.

Em Itália, no Forum Ambrosetti, um encontro anual da elite empresarial italiana, Bruno Le Maire deixou uma recomendação pouco comum ao seu vizinho Olaf Scholz, dizendo que o Governo alemão tem a margem orçamental para investir mais e que tem de o fazer já para demonstrar “solidariedade” para com o resto da Zona Euro.

“A Alemanha tem de investir mais agora para estimular o crescimento da sua economia e da Zona Euro como um todo”, disse o responsável.

“A falta de investimento significa a ausência de um futuro e da capacidade de acreditar que é possível um novo futuro”, acrescentou.

Não é a primeira vez que a Alemanha é pressionada publicamente a aumentar o seu investimento público. A Comissão Europeia chegou a abrir uma investigação para perceber se teria um desequilíbrio macroeconómico excessivo (positivo), mas a análise foi terminada sem que essa conclusão fosse alcançada.

Também as principais instituições internacionais, como o Fundo Monetário Internacional e a Comissão Europeia, têm insistido na necessidade de países com margem orçamental para investir de o fazerem.

No entanto, os governantes alemães têm demonstrado resistência em abandonar a posição orçamental equilibrada em que as suas finanças públicas se encontram. O ministro das Finanças da Alemanha ainda chegou a levantar a hipótese de o país estimular a economia no mesmo nível da riqueza perdida durante a crise financeira – mais de 50 mil milhões de euros –, mas a discussão não evoluiu desde então.

Os responsáveis alemães estão limitados na capacidade de terminarem o ano com contas mais negativas pelas regras orçamentais inscritas na Constituição, que limitam o défice estrutural a um máximo de 0,35% do PIB por cada ano.

Nas próximas semanas, o Governo alemão vai começar a discutir o Orçamento para 2020, que irá permitir perceber se Angela Merkel e Olaf Scholz irão manter o equilíbrio das contas ou ceder à pressão cada vez maior a nível internacional.

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