AIE revê em baixa ligeira procura mundial de petróleo para 2019 e 2020

  • Lusa
  • 11 Outubro 2019

No relatório sobre a conjuntura petrolífera, a Agência Internacional de Energia reduz em 65.000 barris diários as anteriores estimativas do consumo para este ano, para 100,3 milhões de barris diários.

A Agência Internacional de Energia (AIE) reviu esta sexta-feira em baixa ligeira a procura mundial de petróleo para 2019 e 2020 e sublinhou que os ataques às instalações sauditas de setembro tiveram menos efeito no mercado do que o esperado.

No relatório mensal sobre a conjuntura petrolífera publicado esta sexta-feira, a AIE reduz em 65.000 barris diários as anteriores estimativas do consumo para este ano, para 100,3 milhões de barris diários, devido sobretudo a ajustamentos técnicos que têm em conta novos dados sobre os Estados Unidos.

Esta revisão em baixa faz com que o acréscimo anual em 2019, de apenas um milhão de barris por dia, seja o menor desde 2016.

Para 2020, a revisão é de menos 105.000 barris diários, para 101,5 milhões de barris devido à desaceleração económica.

A agência, que reúne os grandes consumidores de energia membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), considera “muito impressionante” a resposta da companhia pública saudita Aramco para restabelecer as operações nas instalações que foram atacadas com ‘drones’, que temporariamente chegaram a reduzir a capacidade de produção em 5,7 milhões de barris por dia.

A este respeito, a AIE sublinha que se inicialmente os preços dispararam 19% nos mercados de futuros, uma vez que a Arábia Saudita deu garantias de regresso à normalidade da exploração, o barril ficou a dois dólares abaixo do nível que tinha antes do ataque.

A AIE também sublinha que a precisão dos ataques com ‘drones’ intuitivamente deixou a mensagem de que poderia repetir-se e que futuros incidentes deste tipo numa região tão estratégica como é o Golfo Pérsico poderiam causar efeitos ainda mais importantes no fornecimento de petróleo.

A primeira lição que é preciso tirar de tudo isto para a AIE é a de que as reservas estratégicas e comerciais constituem um grande seguro para o mundo em caso de crise.

As reservas da indústria na OCDE tinham subido em 20,8 milhões de barris em agosto, para 2.974 milhões, ou seja, 43,1 milhões acima da média dos últimos cinco anos, que representam 61,6 dias de consumo, mais 0,6 dias do que em julho.

Os dados preliminares de setembro põem em evidência que o petróleo armazenado reduziu-se em 21,7 milhões de barris, podendo assim ver-se o impacto dos ataques contra a Arábia Saudita.

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