“Extraordinário”, “ousado”, “certeiro”. Carlos Costa despede-se do “querido Mario”

Como governador há mais tempo em funções, coube ao português fazer o discurso no jantar de despedida do presidente do Banco Central Europeu. Não faltaram elogios.

“Querido Mario, queridos amigos”. Foi assim que o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, se dirigiu à audiência, no jantar de despedida em honra do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi. O italiano prepara-se para abandonar o cargo no final do mês, sendo esta quinta-feira a última reunião que preside, e o português não lhe poupou elogios.

“Quando Mario assumiu funções como presidente do BCE há oito anos, a Europa estava profundamente mergulhada na crise da dívida soberana”, lembrou Carlos Costa. “Oito anos depois, o euro está aqui para ficar e tem fundações muito mais fortes. Não se pode enfatizar demais o contributo de Mario para este resultado. A sua liderança como presidente do BCE mostrou extraordinárias capacidades“.

Como governador de um banco central nacional há mais tempo em funções, foi o responsável do Banco de Portugal a discursar no jantar de despedida. Além de listar as capacidades de Draghi no combate à crise — referindo-se a ações que dividiram opiniões e geraram duras críticas, especialmente vindas da Alemanha –, Costa defendeu que com “decisões equilibradas e determinadas” e “políticas não convencionais ousadas”, o BCE “efetivamente salvou o euro”.

O governador do Banco de Portugal continuou, dizendo que Draghi entendeu os problemas, teve “coragem” de procurar soluções, “mostrou autoridade” e teve “capacidade de pensar — e agir — fora da caixa”. Por isso, Carlos Costa agradeceu a visão e intuição, as capacidades e por deixar um BCE credível, maduro e independente.

Por último, o português lembrou ainda que Mario Draghi não acatou os conselhos para cancelar o Fórum BCE em Sintra, há dois anos, devido aos incêndios que afetavam Portugal. “Não posso agradecer o suficiente a confiança e solidariedade demonstrada”, rematou. “Uma decisão diferente teria sido um enorme golpe não só para Portugal, mas também para o Fórum BCE. Mais uma vez, provou ser certeiro“.

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