Fim do financiamento do BEI ao gás será grande desafio para as petrolíferas

  • Lusa
  • 17 Novembro 2019

A Woodmackenzie considera que as novas regras do Banco Europeu de Investimento (BEI) que excluem financiamentos a projetos de gás vão abrandar a procura por esta fonte de energia.

A consultora Woodmackenzie considera que as novas regras do Banco Europeu de Investimento (BEI) que excluem financiamentos a projetos de gás vão ser um grande desafio para as empresas e abrandar a procura desta fonte de energia.

“O novo critério de financiamento do BEI vai tornar muito difícil o financiamento de projetos de gás, e sublinha que o gás está cada vez mais nos holofotes do debate sobre o clima”, disse o diretor de pesquisa da Woodmackenzie, Nicholas Browne.

Numa nota enviada aos clientes, a que a Lusa teve acesso, Browne escreve que “as notícias e o escrutínio político sobre os efeitos do gás na poluição vão intensificar-se” e acrescenta que “isso pode aumentar o risco de a opinião pública se virar para o gás natural da mesma forma que se focou no carvão, na maioria dos países”.

Se isto acontecer, aponta, “a taxa de crescimento da procura de gás natural liquefeito e de gás pode abrandar, o que seria um grande desafio estratégico para as empresas que identificaram o gás como o principal motor do crescimento”.

Moçambique será um dos países mais atentos à evolução do debate político sobre este tema, já que conta com as reservas de gás natural para potenciar o crescimento económico, que pode aumentar a dois dígitos já na próxima década, segundo as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), devido aos grandes investimentos neste setor no centro e norte do país.

Não há um consenso na indústria petrolífera sobre como ou se as empresas devem agir para mitigar este risco; há alguns organismos, como a Iniciativa do Clima no Gás e Petróleo que procura reduções voluntárias entre os seus membros, e há outras entidades governamentais que estão a procurar introduzir mais transparência”, acrescentou o analista.

No entanto, concluiu, “se as medidas voluntárias não forem suficientes, medidas mais restritivas do ponto de vista ambiental, como esta do BEI, podem ser introduzidas por pressões dos acionistas”.

O BEI anunciou na quinta-feira que vai deixar de financiar os projetos ligados aos combustíveis fósseis, incluindo o gás, a começar em 2022. “Depois de uma longa discussão, chegámos a um compromisso para acabar com o financiamento pelo banco de projetos ligados às energias fósseis (…), incluindo o gás, a partir do fim de 20121””, indicou o BEI, em comunicado.

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