Ataque de ministro à Black Friday foi “desproporcionado”, diz João Vieira Lopes

  • ECO
  • 26 Novembro 2019

"A Black Friday não provoca mais compras do aquelas que as pessoas gostariam de fazer, tendo o conta o dinheiro disponível", disse o presidente da Confederação do Comércio de Portugal (CCP).

Depois de o ministro do Ambiente ter criticado fortemente a Black Friday, o presidente da Confederação do Comércio de Portugal (CCP) vem desvalorizar o ataque. Em declarações ao ECO, João Vieira Lopes diz que as declarações de Matos Fernandes foram “desproporcionadas”, salientando que tanto consumidores como empresas acabam por beneficiar destas promoções.

A Black Friday é “o expoente máximo da sociedade capitalista”, disse o governante, que no início do ano já tinha causado polémica ao afirmar que os automóveis a gasóleo vão perder todo o seu valor nos próximos anos. Matos Fernandes criticou, assim, o frenesim em torno das campanhas generalizadas de descontos associados a este fenómeno nascido nos EUA.

Na opinião de João Vieira Lopes, as declarações de Matos Fernandes foram “excessivas”. “Há, de facto, uma cultura que valoriza as promoções, não só em Portugal, mas também noutros países”, diz. “A Black Friday, neste momento, está a ser bastante divulgada em diversos países, incluindo Portugal, e isso tem sido positivo não só para os consumidores, mas também para as empresas“.

Na prática, diz o responsável do comércio, “a questão principal é fazer a antecipação das compras”. Mas “a Black Friday não provoca mais compras do aquelas que as pessoas gostariam de fazer, tendo o conta o dinheiro disponível”. Por isso, rematou, as declarações do ministro do Ambiente “foram desproporcionadas”.

Lembrando que que Matos Fernandes criticou o consumismo quando “cada vez mais vamos ter uma sociedade orientada a serviços que têm bens lá dentro”, João Vieira Lopes diz que há, de facto, “uma tendência para substituir bens por serviços”, mas que isso “ainda vai demorar anos”.

Para o presidente da CCP, a realidade é clara. “Há uma tendência para substituir a aquisição de bens por serviços: Uber, trotinetas, bicicletas, lavandarias, etc. Mas isso é uma tendência que vai demorar anos”, disse ao ECO, referindo que, neste ponto, está de acordo com o ministro do Ambiente.

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