Governo diz que não está prevista qualquer alteração societária na TAP

  • Lusa
  • 27 Novembro 2019

O ministro Pedro Nuno Santos desconhece informação sobre a saída do acionista privado David Neeleman do capital da companhia aérea portuguesa.

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, assegurou que não está prevista nenhuma alteração societária na TAP, desconhecendo informação sobre a eventual saída do acionista privado David Neeleman.

“Não sei de nenhuma saída do nosso acionista privado […], não existe nenhuma alteração societária, neste momento, prevista”, afirmou Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas à margem de uma visita de trabalho ao porto de Lisboa.

Esta terça-feira, o Jornal de Negócios noticiou que a saída do empresário da TAP está preparada para o primeiro trimestre do próximo ano, estando a desenvolver contactos com a Lufthansa, British Airways, Air France e United para o substituir.

No mesmo dia, ao final da tarde, David Neeleman disse em comunicado que está “cada vez mais entusiasmado com o futuro” da companhia aérea de bandeira. “Hoje, tal como em 2015, quando ninguém acreditava, estou cada vez mais entusiasmado com o futuro da TAP”, afirmou o empresário no comunicado.

Rejeitando fazer conjeturas sobre o futuro da empresa e o reforço do papel do Estado, Pedro Nuno Santos disse que a reversão da privatização que estava decidida em 2015 permitiu garantir que “a TAP é uma empresa portuguesa, que não sai de Portugal e continuará a servir a economia portuguesa”.

O Estado português participa e tem “uma posição muito determinante, aliás maioritária, na definição da estratégia da empresa”, sublinhou o governante, acrescentando que a gestão corrente da empresa “está 100% sob a responsabilidade do privado”.

Não está prevista nenhuma alteração desta relação entre o Estado e o privado, portanto tudo o resto, notícias que ouvi e li são notícias, neste momento, não tenho qualquer tipo de confirmação e, por isso, qualquer juízo sobre essa matéria é meramente especulativo e não era correto da minha parte estar a fazê-lo”, declarou o responsável pela pasta das Infraestruturas.

Pedro Nuno Santos frisou que o Estado não coloca um cêntimo na TAP há 20 anos, recusando preocupações de que se anda a pôr dinheiro na companhia. “Na realidade, somos acionistas da TAP, portanto deveríamos ter essa responsabilidade, efetivamente, como acionista, mas a verdade é que não metemos um cêntimo na TAP há 20 anos e é preciso que toda a gente tenha consciência disso”.

Quanto aos resultados negativos da empresa, o governante disse que, “infelizmente, essa é a história da TAP”. “Os resultados positivos em toda a história da TAP contam-se pelos dedos de uma mão, aliás são menos que os dedos de uma mão”, apontou, destacando o investimento que tem sido feito nos últimos anos.

Considerando que a TAP em 2015 estava “no chão”, Pedro Nuno Santos defendeu que, hoje, é uma empresa “com mais aviões, com mais pessoal, a abrir rotas, a crescer”. “Obviamente que há aqui uma fase de crescimento que lança desafios. Olhamos, obviamente, com muita atenção para o que está a acontecer”, realçou, rejeitando o “mito” de que a falência técnica da empresa se deva à participação do Estado, que “tem a maioria no Conselho de Administração”, mas “na Comissão Executiva a gestão é, absolutamente, privada”.

A TAP é demasiado importante para que o Estado não tenha uma presença. Obviamente que queremos que a TAP tenha saúde financeira, económica, operacional, e essa é uma preocupação que temos, que acompanhamos com muita atenção”, declarou o ministro.

A TAP registou, nos primeiros nove meses deste ano, prejuízos acumulados de 111 milhões de euros que atribui a “variações cambiais sem impacto na tesouraria”. “Excluindo esta variação cambial, o lucro líquido consolidado do grupo TAP, no terceiro trimestre de 2019, foi de 61 milhões de euros positivos, compensando em mais 50% o prejuízo gerado no primeiro semestre de 2019”, avançou a companhia, em comunicado.

(Notícia atualizada às 17h43 com mais informação)

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