Portugal empurra 532 milhões de dívida. Já adiou reembolso de 4,3 mil milhões este ano

O Tesouro foi ao mercado esta quarta-feira para uma operação de troca de dívida. Comprou títulos que venciam em 2021, emitindo em contrapartida obrigações com prazo a nove e 15 anos.

Portugal adiou o reembolso de 532 milhões de euros em dívida pública que vencia em 2021. Na operação de troca de Obrigações do Tesouro (OT), a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP emitiu, em contrapartida, novos títulos que só atingem a maturidade dentro de nove e 15 anos.

Esta foi a sexta operação de troca de dívida realizada este ano pelo IGCP e segue em linha com a estratégia de aproveitar as atuais baixas taxas de juro para emitir títulos mais baratos e alongar maturidades dos reembolsos. O total de OT que foi empurrado, desde o início do ano, para mais tarde ascende já a 4,3 mil milhões de euros.

A agência liderada por Cristina Casalinho comprou, por um lado, 532 milhões de euros de OT que atingiam a maturidade a 15 de abril de 2021. Em troca, o Tesouro emitiu 360 milhões de euros em títulos com maturidade em 17 outubro 2028 e outros 172 milhões de euros que atingem o prazo a 18 abril 2034.

Estas trocas de dívida permitem ao país alisar os pagamentos aos mercados nos próximos anos e evitar a acumulação de reembolsos. Em 2021, o nível era particularmente exigente: havia mais de 10 mil milhões de euros para devolver aos investidores, sendo que esta operação irá ajudar a baixar esse esforço financeiro.

Calendário de amortizações

Fonte: Boletim mensal do IGCP

A estratégia é possível graças aos baixos custos de financiamento, impulsionados pela política monetária do Banco Central Europeu (BCE). A nova dívida emitida por Portugal teve uma taxa de juro média de apenas 1,1% entre janeiro e outubro, o valor mais baixo de sempre. Já em mercado secundário, as OT a dez anos negoceiam com uma yield de 0,375% e as OT a 15 anos em 0,755%.

O IGCP consegue, assim, trocar obrigações mais caras por outras mais baratas e, simultaneamente, aumentar a maturidade média da dívida, numa estratégia que baixa o risco de gestão da dívida.

(Notícia atualizada às 10h50)

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