Holandesa MVGM compra negócio da JLL. Chega a Portugal para apostar no residencial

A empresa holandesa comprou o negócio de gestão imobiliária da JLL, entrando, assim, no mercado português. Está focada no retalho e em escritórios, mas tem em mira o setor residencial.

A holandesa MVGM concluiu a compra do negócio europeu de gestão imobiliária da JLL, tornando-se, assim, um dos cinco maiores players europeus neste setor. Com esta operação, a empresa passa a deter uma carteira de 75 ativos em Portugal, num total de 1.100 milhões de euros. O objetivo é liderar o mercado de gestão de ativos imobiliários da Europa no próximo ano e triplicar o negócio.

Já era a maior gestora imobiliária da Holanda mas, agora, houve um salto. Depois de ter adquirido o negócio de property management da JLL na Holanda, Alemanha, Roménia, Eslováquia, República Checa, Bélgica e Luxemburgo, agora foi a vez de Portugal, Espanha e Polónia. Com a compra deste negócio europeu — cujo valor não é conhecido — a MVGM deu o salto para o top 5 da Europa.

Miguel Kreiseler, managing director da MVGM Portugal, e Walter Sas, diretor da MVGM International.D.R.

A MVGM é uma gestora de ativos, ou seja, “o patinho feio no imobiliário”, como explicou esta terça-feira Miguel Kreiseler, managing director da MVGM Portugal, durante um encontro com jornalistas. A empresa não compra nem constrói edifícios. Fica responsável pela gestão dos mesmos. “O property managing é ter a certeza de que o edifício está a funcionar. Não vamos desenvolver projetos, mas queremos trabalhar de braço dado com os promotores imobiliários”.

Residencial “pode ser porta de entrada”

Assim, em território nacional, a MVGM passa a contar com uma equipa de 37 pessoas, responsáveis por 75 ativos, num portefólio com mais de 850.000 metros quadrados, avaliado em 1.100 milhões de euros. Na carteira encontram-se imóveis como o Palácio Sotto Mayor e o Edifício Nos, ambos em Lisboa, o Edifício Zenith, em Oeiras, o Ferrara Plaza, em Paços de Ferreira, e o Campera Outlet, no Carregado.

Em números, na carteira em Portugal, 55% são edifícios de escritórios, 40% centros comerciais e 5% residencial/turístico. Embora o setor residencial seja em menor número, este está na mira da empresa holandesa. “Em Portugal a área residencial é muito forte e pode ser uma porta de entrada para a MVGM”, revelou Miguel Kreiseler, acrescentando que, neste campo, a ideia é “aprender as boas práticas dos holandeses”.

“O mercado residencial é uma oportunidade significativa de crescimento”, referiu, acrescentando: “Iremos, a médio prazo, começar a negociar com promotores no residencial”.

Novos investidores, novas áreas… a caminho da liderança

A curto prazo, para território nacional, a MVGM quer “trazer tecnologia usada na Holanda”, “estabilizar a equipa” e “trazer clientes”. Atualmente, a empresa tem parcerias com empresas como a CBRE Global Investors, Patrizia Immobilien, Novo Banco Real Estate e AXA Investments Managers. Contudo, este negócio poderá trazer novos investidores para terras lusas, adiantou Miguel Kreiseler.

Em termos de objetivos concretos, a MVGM quer “liderar o mercado de gestão imobiliária da Europa em 2020”, afirmou o responsável, acompanhado de Walter Sas, diretor da MVGM International. “Queremos, em três anos, triplicar ou quadruplicar o volume de negócios (…) entrando em várias áreas”. Esse crescimento, explicou, poderá ser feito através de aquisições de empresas do setor residencial. “A MVGM está em Portugal para ficar”, disse Walter Sas.

Nos dez países em que está presente, a MVGM conta com 38 escritórios e 1.600 colaboradores. A carteira tem mais de 18,5 milhões de metros quadrados de escritórios e espaços comerciais, mas também 90.000 unidades residenciais e 3.200 associações de proprietários. Em termos de receitas, estas ascendem a 125 milhões de euros.

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