O que é preciso para Portugal ser mais competitivo? Educação
É preciso aumentar a competitividade do país, numa altura em que a economia mundial se prepara para um abrandamento. A aposta na educação é a chave.
Portugal estagnou na competitividade. Não subiu nem desceu no “The Global Competitiveness Report 2019″, do Fórum Económico Mundial (WEF, na sigla em inglês), mantendo-se na 34ª posição, o que é um problema para uma economia que precisa de crescer. É preciso, para dar um novo impulso ao país, investir mais na educação. Só assim será possível ter trabalhadores qualificados capazes de pôr Portugal a concorrer com as nações mais desenvolvidas do mundo.
“Existe cada vez mais necessidade inovar” para aumentar a competitividade do país, isto numa altura em que economia mundial se prepara para um abrandamento, salientou António Brochado Correia, territory senior partner da PwC, no jantar-debate sobre os resultados divulgados recentemente pelo WEF, realizado em Braga. E também é preciso, cada vez mais, “ter mão-de-obra qualificada”, notou.
"Não há nenhum país no mundo desenvolvido e competitivo onde a educação não tenha um papel primordial.”
Encontrar profissionais qualificados está a ser um desafio em Portugal, havendo cada vez mais setores a queixarem-se da dificuldade em preencherem quadros com trabalhadores especializados — havendo mesmo quem recorra à contratação além-fronteiras. A resposta para este problema está na formação. Ou melhor, na aposta na educação.
“Não há nenhum país no mundo desenvolvido e competitivo onde a educação não tenha um papel primordial”, alertou António Brochado Correia, criticando a falta de investimento nesta área.
Enquanto no WEF Portugal manteve a posição no ranking deste ano, no estudo da International Institute for Management Development (IMD), escola suíça que mede a competitividade das nações, perdeu seis posições face ao ano passado, recuando para 39.º lugar entre 63 países. Segundo o senior partner da PwC, “os fatores adjacente a este descida prendem-se essencialmente com o desinvestimento na educação”.
População envelhecida. Subsídios à natalidade não chegam
Portugal ainda tem mais de 10 milhões de habitantes, mas, em breve poderá baixar dessa fasquia — o INE estima que isso aconteça em 2033. A população está envelhecida, sendo mesmo uma das mais velhas do mundo, com a taxa de natalidade a manter-se muito baixa, o que terá impacto negativo na economia.
Segundo o relatório elaborado pelo Fórum Económico Mundial prevê-se que em 2030, na Europa, 16,5% da população mundial tenha mais de 60 anos. Por outro lado, o continente africano é o que mais contribui para o crescimento da população mundial.
“Já não é a Ásia que mais contribui para o crescimento da população (…) África tem o índice de fertilidade de 5,6 crianças por cada mulher em idade fértil”, refere António Brochado Correia. Contrariamente a Portugal que tem um índice de apenas 1,3.
O senior partner da PwC considera que para minimizar este problema, colocando o país numa situação ainda mais débil, é preciso agir. E para aumentar a taxa de natalidade não são os subsídios que vão fazer a diferença, mas sim “criar melhores condições de vida às pessoas”. E isso passa, em parte, por aumentar o número de creches públicas.
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