Economia desacelerou e produtividade “continua a ser insatisfatória”, diz Fórum para a Competitividade
Apesar da recente revisão em alta pelo INE, o Fórum para a Competitividade classifica de "baixíssimos" os valores de crescimento da produtividade entre 2016 e 2018.
O Fórum para a Competitividade avisa que a economia desacelerou no terceiro trimestre e classifica de “baixíssimos” os valores de crescimento da produtividade entre 2016 e 2018, apesar da recente revisão em alta pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
“Dados preliminares do 3.º trimestre apontam para uma desaceleração da economia, sobretudo pelo lado das contas externas”, afetadas pelo contexto de desaceleração generalizada da economia europeia e mundial, refere a nota de conjuntura assinada por Pedro Braz Teixeira, diretor do Gabinete de Estudos do Fórum para a Competitividade, divulgada esta terça-feira.
O INE reviu em alta o valor do Produto Interno Bruto (PIB) de 2016 a 2018 e também o dos dois primeiros trimestres de 2019, estimando agora que, no arranque deste ano, a economia avançou 2,1% e 1,9% em vez dos 1,8% anteriormente estimados. Apesar desta revisão, “o abrandamento da economia, generalizado na União Europeia, afinal também se verificou em Portugal no 2.º trimestre”, refere a nota de conjuntura.
Relativamente à produtividade, aquela revisão aponta para que este indicador tenha crescido 0,4%, 0,2% e 0,1% em, respetivamente, 2016, 2017 e 2018, valores que o Fórum para a Competitividade afirma serem “baixíssimos” e que “continuam a ser insatisfatórios”, revelando que “pouco mudou”. Numa análise mais detalhada a esta revisão do PIB, o documento assinala que se manteve a tendência que já se verificava, ou seja, de evolução em 2017 e de desaceleração em 2018.
A taxa de poupança das famílias caiu de 6,1% para 5,9% no segundo trimestre de 2019, traduzindo um desenvolvimento que a nota de conjuntura assinala ser “particularmente infeliz” ao mostrar que, ao contrário do que se esperava, o abrandamento do consumo privado não resultou de um aumento da poupança.
O documento assinala ainda o aumento homólogo do défice externo, considerando “preocupante que os serviços já não estejam a compensar a balança de bens”. Porém, tendo em conta que o padrão sazonal é de recuperação até ao final do ano, “ainda é possível que, para o conjunto de 2019, se consiga atingir um saldo positivo”.
O Fórum para a Competitividade refere, a este propósito que, até julho de 2019, o défice externo subiu para 1.633 milhões de euros, face a 616 milhões no período homólogo, com deterioração na balança de bens (2.028 milhões) e diminuição do excedente da balança de serviços (137 milhões).
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