Economia portuguesa cresceu 2,4% em 2018, mais três décimas que o previsto

O INE reviu a forma de cálculo do PIB e acrescentou nova informação, o que levou a rever em alta o crescimento da economia em 2018 para 2,4%, e para 3,5% em 2017.

O Instituto Nacional de Estatística reviu esta segunda-feira a formula de cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e a incorporação de nova informação levou a uma revisão do crescimento económico de forma expressiva nos últimos dois anos. De acordo com o INE, a economia portuguesa cresceu, afinal, 2,4% em 2018, mais três décimas que o divulgado anteriormente. Em 2017, o crescimento económico foi revisto de forma ainda mais expressiva, passando de 2,8% para 3,5%.

Ao contrário de revisões anteriores, o INE não fez uma revisão profunda da forma como calcula o PIB, como aconteceu em 2011 para incluir áreas da economia que ainda não eram contabilizadas no Produto Interno Bruto. No entanto, a informação adicional que inclui nas contas levou a mudanças profundas nas contas para 2017, 2018 e poderá ter implicações substanciais nas contas para 2019.

Relativamente ao PIB de 2017, nas novas contas disponibilizadas esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística indicam que o PIB afinal não cresceu 2,8% (um valor que já representava uma revisão em alta), mas sim 3,5%, mais 0,7 pontos percentuais que o estimado anteriormente.

Esta revisão deve-se sobretudo a uma revisão em alta do investimento em 2017, que em vez de 9,2% terá crescido 11,9%, mais 2,7 pontos percentuais, e também das exportações, que terminaram esse ano a crescer 8,4% (mais 0,6 pontos percentuais).

No final, o PIB nominal (crescimento em volume, mais o efeito da variação de preços) foi revisto para cima em 1.333,7 milhões de euros.

No ano de 2018, a mudança não foi tão substancial, mas foi ainda assim significativa. O INE reviu o crescimento da economia de 2,1% para 2,4% — estes números ainda são provisórios –, e o investimento voltou a ser o principal motivo para a revisão das contas, com um crescimento superior em 0,7 pontos percentuais à anterior estimativa.

As contas relativas a 2018 beneficiaram também de uma revisão em alta das despesas de consumo das famílias, que não aconteceu de forma tão expressiva nas contas de 2017, mas a revisão operada nas exportações não foi tão positiva e houve uma revisão significativa em alta das importações, que impediu um crescimento económico ainda mais elevado em 2018.

As boas notícias podem chegar a 2019

A revisão do valor nominal do PIB pela incorporação de nova informação demonstra que a economia portuguesa está mais dinâmica do que os dados disponíveis demonstravam, mas não apenas para os anos de 2017 e 2018. Para 2019, resultado desta nova informação, o valor da estimativa do Ministério das Finanças para o PIB também é revisto em alta.

De acordo com o INE, a manter-se o crescimento económico previsto (revisto em baixa em abril) o Produto Interno Bruto português será superior em pelo menos 1.880 milhões de euros. O valor do PIB, que quebra a barreira dos 210 mil milhões de euros pela primeira vez, é o usado para calcular o défice orçamental em termos relativos, o que pode fazer baixar uma percentagem que nos últimos anos já tem atingido sucessivamente mínimos históricos.

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