Quase 500 carros elétricos ficaram sem “cheque” do Estado
O Fundo Ambiental esgotou o "plafond" que tinha para este ano. Entregou 1.086 "cheques" para carros elétricos, mas deixou quase meia centena de pedidos por satisfazer. Em 2020 há mais dinheiro.
Há uma corrida aos elétricos. Ano após ano, as vendas de automóveis elétricos têm vindo a acelerar, com o Estado a ajudar ao processo de transição energética através de “cheques” que reduzem o preço de aquisição. Não têm chegado para todos e, este ano, não foi exceção. O Fundo Ambiental já esgotou o plafond e, por isso, quase meia centena de portugueses compraram este tipo de veículos sem apoio.
Assim que abriram as candidaturas ao Incentivo pela Introdução no Consumo de Veículos de Baixas Emissões, rapidamente começaram a “chover” inscrições. Em pouco tempo chegou-se aos mil pedidos, mas o número não parou por aí. Dados do Fundo Ambiental mostram que foram registados 1.690 pedidos, mas só 1.086 acabaram por conseguir arrecadar o “cheque” de 3.000 euros, no caso dos particulares, e 2.250 euros, para as empresas.
Retirando das contas dos “cheques” para os carros elétricos as 119 candidaturas que foram excluídas pelo Fundo Ambiental, acabaram por ficar “sem verba” um total de 480 novos proprietários de veículos 100% elétricos. No ano passado foram entregues 1.170 “cheques” para automóveis, sendo que 322 acabaram por não conseguir o apoio.
Não foram, contudo, só os novos donos de carros elétricos que ficaram sem o apoio. Também houve 85 candidaturas aos incentivos para a compra de bicicletas elétricas que acabaram por não o conseguir por falta de verba. Foram concedidos 1.007 “cheques”, de um total de 1.226 candidaturas registadas no site.
Os apoios às motas elétricas ficaram-se pelos 148, num valor de 57 mil euros, aquém dos 100 mil estabelecidos, levando o Governo a direcionar o remanescente tanto para os carros como para as bicicletas. Já em 2018 a procura por “cheques” para motas elétricas foi reduzida, tendo sido atribuídos 41 apoios.
Mais dinheiro, mais “cheques” para carros. Bicicletas desaparecem
Com a crescente procura por automóveis elétricos, e tal como já tinha sido admitido pelo ministro do Ambiente, Matos Fernandes, o apoio do Estado vai aumentar. Na proposta de Orçamento do Estado para 2020 há um reforço da verba a atribuir ao Fundo Ambiental para que possam ser atribuídos mais destes “cheques”.
“O Governo mantém ainda o desígnio de promoção da mobilidade elétrica, através da manutenção dos incentivos em vigor, nomeadamente o apoio à introdução no consumo de veículos com 0% de emissões através do Fundo Ambiental, com um reforço da dotação para quatro milhões de euros“, lê-se na proposta entregue pelo Governo na Assembleia da República. A dotação, este ano, era de três milhões de euros.
"O Governo mantém ainda o desígnio de promoção da mobilidade elétrica, através da manutenção dos incentivos em vigor, nomeadamente o apoio à introdução no consumo de veículos com 0% de emissões através do Fundo Ambiental, com um reforço da dotação para quatro milhões de euros.”
A dotação do Fundo Ambiental aumenta, mas o valor dos cheques deverá manter-se nos 3.000 euros para particulares e 2.250 euros no caso das empresas, isto para a compra de carros. Continuará a haver dinheiro para financiar a compra de motas elétricas, apesar da fraca apetência, mas desaparecem os “cheques” para as bicicletas.
A norma criada no Orçamento do Estado para este ano, que previa um incentivo, no valor de 250 euros por unidade, e dependente da apresentação de fatura que especifique se trata de uma bicicleta de cidade, não é renovada nesta proposta de Orçamento do Estado para 2020.
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