CP recebe 80 milhões de indemnização compensatória e ganha tempo na liberalização do mercado

  • ECO
  • 1 Janeiro 2019

Após anos sem receber indemnização compensatória, a CP volta a receber fundos por contrapartida pela prestação de serviço público. E ganha tempo para responder à concorrência.

No ano da liberalização do transporte ferroviário, a CP – Comboios de Portugal recebe uma indemnização compensatória de 80 milhões de anos, segundo uma resolução de conselho de ministros assinada no dia 20 de dezembro e publicada esta terça-feira, dia 1 de janeiro, em Diário da República. A CP já não recebia a compensação financeira do Estado pela prestação de serviços públicos desde 2015, mas, mesmo assim, fica aquém do valor apontado por Carlos Nogueira, presidente da empresa, para o equilíbrio das contas.

“Autorizar a realização da despesa relativa às indemnizações compensatórias a pagar pelo Estado à CP, E. P. E., nos termos da Lei do Orçamento do Estado para 2019, pelo cumprimento das obrigações de serviço público de transporte ferroviário de passageiros, até ao montante de (euro) 80 000 000,00, sem prejuízo dos acertos a efetuar no ano seguinte que possam resultar do contrato de serviço público”, lê-se na referida resolução. “As compensações financeiras visam assegurar que a oferta dos serviços definidos e impostos à CP, E. P. E., é financeiramente sustentável e proporciona um adequado nível de qualidade e de segurança, tendo em vista a promoção do acesso universal, a coesão territorial e os direitos dos utilizadores”.

Apesar da transferência de verbas, o Estado ainda não assinou com a CP o contrato de serviço público, condição essencial para avaliar os critérios de desempenho e resposta do operador público.

Este reforço de capital surge, assim, no mesmo ano em que o Estado concede à CP o estatuto de “operador interno” por um período de dez anos, que poderá ser prorrogado por mais cinco. Na prática, é um período de transição na abertura e liberalização do serviço de transporte ferroviário.

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Barraqueiro controla novo operador de transportes em Matosinhos

  • Lusa
  • 1 Janeiro 2019

Há um novo operador de transportes no concelho de Matosinhos, o ViaMove, controlado na maioria do capital pelo grupo Barraqueiro.

A empresa ViaMove, detida em 51% pelo Grupo Barraqueiro e em 49% pela Resende, é a partir desta terça-feira, dia 1 de janeiro, a nova operadora de transportes públicos de Matosinhos, revelou à agência Lusa o vereador dos Transportes e da Mobilidade. “A sociedade ViaMove já está autorizada pela Área Metropolitana do Porto para operar em Matosinhos a partir de hoje, iniciando assim um período de transição que terminará em março”, disse José Pedro Rodrigues.

A ViaMove vem substituir a operadora Resende, cuja concessão terminou na segunda-feira, que nos últimos tempos foi alvo de críticas por má qualidade dos veículos, bem como por relatos de sucessivos atrasos ou falhas de carreiras. O vereador recordou que a empresa vai englobar os funcionários da Resende, que são cerca de 200, e contratar 30 novos motoristas.

Outra das mudanças é a imagem e marca dos autocarros – que irão chamar-se “Maré”, dada a ligação de Matosinhos ao mar – a aquisição de dez novas viaturas e a introdução de novas linhas, afirmou.

Os autocarros que já não estão em condições vão ser substituídos, e está a ser “desenhada” uma nova linha que colmate a inexistência de transporte público na Via Norte, referiu.

O novo operador assumirá as 22 linhas, atualmente entregues à Resende, os cerca de 60 autocarros desta empresa, e funcionará nas suas instalações, revelou o vereador dos Transportes e Mobilidade. Além disso, o serviço continuará a estar integrado na rede Andante, acrescentou.

Outra das novidades passa pela criação de uma aplicação na qual os utilizadores poderão consultar os tempos de espera e os horários.

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Roménia assume presidência europeia no meio de conflito com Bruxelas.

  • Lusa
  • 1 Janeiro 2019

A Roménia inicia a primeira sua presidência europeia no meio de um braço-de-ferro com a Comissão Europeia por causa da reforma judicial do governo de coligação liderado pelos socialistas.

A Roménia assume esta terça-feira, dia 1 de janeiro, a sua primeira presidência rotativa do Conselho da União Europeia, tendo pela frente desafios como o ‘Brexit’ e as eleições europeias. Mas não só: Além de esta ser a sua primeira experiência em presidências do Conselho, a Roménia, o mais jovem Estado-membro da UE, a par da Bulgária (ambos aderiram em 2007), Bucareste encontra-se num “braço de ferro” com Bruxelas devido à reforma judicial promovida pela coligação governamental liderada pelos socialistas do Partido Social Democrata (PSD), que já levou a Comissão Europeia a ameaçar levar a Roménia a tribunal.

Por causa deste conflito, em Bruxelas, é com expectativa que se aguarda pela “passagem de testemunho” de Viena para Bucareste, para uma presidência que não deixa de causar inquietação, face aos desenvolvimentos políticos registados nos últimos meses na Roménia.

A anunciada intenção do Governo de alterar a legislação anticorrupção, “suavizando” as penas para determinados tipos de crimes e alterando o código penal relativamente a abuso de poder, motivou, entre 2017 e 2018, as maiores manifestações desde a queda do regime comunista de Nicolae Ceausescu, em 1989, forçando o executivo a recuar nas suas intenções.

Todavia, a coligação governamental de esquerda mantém o propósito de avançar com reformas no setor da Justiça e continua a “desafiar” Bruxelas, sendo o mais recente episódio um projeto de lei que visa conceder amnistias “de modo a reparar injustiças e abusos” cometidos por magistrados no combate à corrupção, e que em última análise poderia beneficiar o próprio líder dos socialistas romenos, Liviu Dragnea, impedido de ser primeiro-ministro por ter sido condenado a dois anos de prisão com pena suspensa.

Internamente, há uma confrontação entre o Presidente Klaus Iohannis (de centro-direita) e o executivo liderado por Viorica Dancila, tendo em novembro o chefe de Estado feito “soar os alarmes” quando declarou que o país não estava preparado para assumir a presidência da UE, posição que pouco depois “reviu”, à luz de uma remodelação governamental.

Com o aproximar da “tomada de posse” da presidência da UE, Bucareste e Bruxelas tentam desanuviar o ambiente, e, por ocasião de uma reunião entre os executivos comunitário e romeno, em 05 de dezembro passado, o presidente da Comissão disse acreditar que as divergências serão resolvidas em breve.

Juncker sublinhou, todavia, que a presidência romena tem lugar “num momento crucial para o futuro da UE”, recordando que caberá à Roménia lidar com a consumação da saída do Reino Unido do bloco europeu (em 29 de março) e o “pós-Brexit”, assim como avançar o máximo possível na negociação sobre o futuro quadro financeiro plurianual da União, o orçamento 2021-2027.

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