EUA pedem que países da UE excluam por completo fornecedores “não confiáveis”

  • Lusa
  • 31 Janeiro 2020

A administração norte-americana saudou as recomendações da Comissão Europeia para os Estados-membros restringirem fornecedores de alto risco nas redes móveis de quinta geração.

A administração norte-americana saudou esta sexta-feira as recomendações da Comissão Europeia para os Estados-membros restringirem fornecedores de alto risco nas redes móveis de quinta geração (5G), pedindo que os países os excluam por completo, numa clara referência à Huawei.

A Comissão Europeia aconselhou, na quarta-feira, os Estados-membros da União Europeia (UE) a aplicarem “restrições relevantes” aos fornecedores considerados de “alto risco” nas redes 5G, incluindo a exclusão dos seus mercados, em certas partes técnicas, para evitar riscos “críticos”.

Reagindo a estas recomendações, num comunicado divulgado esta sexta-feira pela missão dos Estados Unidos da América (EUA) para a UE, em Bruxelas, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, sublinha que “o 5G dará suporte a […] áreas vitais” do quotidiano, pelo que “os Estados Unidos não avaliam a possibilidade de mitigar adequadamente os riscos apenas limitando o papel de fornecedores não confiáveis em determinadas partes da rede”.

“Todas as partes das futuras redes 5G devem ser consideradas infraestrutura crítica e cada país deve ter medidas para proteger a segurança, a proteção e a privacidade dos cidadãos que dependem dessas redes”, vinca o responsável, exemplificando que os EUA já o fizeram ao excluírem as tecnológicas chinesas Huawei e ZTE.

Insistindo que “cada Estado-membro será responsável por proteger a sua rede”, Mike Pompeo adianta ser “errado pensar que os riscos associados à instalação de equipamentos de fornecedores sujeitos a controlo por regimes autoritários com histórico de comportamento cibernético maligno podem ser atenuados”, convidando os “aliados e parceiros europeus a implementar as recomendações da UE”.

Em causa está a “caixa de ferramentas” divulgada, na quarta-feira, pela Comissão Europeia com recomendações de “ações-chave” para os Estados-membros implementarem para mitigar possíveis ciberataques, ações de espionagem ou outro tipo de problemas relacionados com o desenvolvimento desta nova tecnologia.

Bruxelas entende que os países da UE devem “avaliar o perfil de risco dos fornecedores” e, em caso de alerta, “aplicar restrições relevantes a fornecedores considerados de alto risco, incluindo exclusões necessárias para mitigar efetivamente os riscos”.

Outro dos conselhos de Bruxelas é que os Estados-membros reforcem “os requisitos de segurança para as operadoras de telecomunicações” que comercializem 5G.

A Comissão Europeia considera, ainda, que os países da UE devem “garantir que cada operador utiliza vários fornecedores de forma apropriada para evitar ou limitar qualquer dependência de um único fornecedor”.

Bruxelas insta agora os Estados-membros a adotarem medidas com base nestas recomendações até 30 de abril.

O executivo comunitário garante que estas ações não têm nenhum alvo específico, mas certo é que a fabricante chinesa Huawei está no centro da polémica por alegada espionagem em equipamentos 5G, no seguimento de suspeitas lançadas pelos EUA sobre a instalação de ‘back doors’ (portas traseiras de acesso), o que a tecnológica tem vindo a rejeitar, reiterando a falta de provas.

A Europa é o maior mercado da Huawei fora da China, uma vez que de um total de 65 licenças que a empresa detém para o 5G, mais de metade são para operadoras europeias.

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