“Existe interesse americano” no Porto de Sines, diz secretário da Energia dos EUA
Existe interesse americano no Porto de Sines, no distrito de Setúbal, mas também em Portugal, tendo em conta a "importância da independência energética", diz secretário da Energia dos EUA.
O secretário da Energia dos Estados Unidos da América (EUA), Dan Brouillette, disse esta quarta-feira existir interesse americano no Porto de Sines, no distrito de Setúbal, mas também em Portugal, tendo em conta a “importância da independência energética”.
“Há interesse americano neste porto em particular mas não só aqui como em Portugal, na Europa. Já o dissemos no passado, pensamos que a independência energética é importante e que a segurança energética é, de facto, segurança nacional, não só para Portugal e para os EUA, como para toda a Europa”, sublinhou Dan Brouillette.
O secretário da Energia falava aos jornalistas no final de uma visita que efetuou esta quarta-feira e aos terminais de contentores e de Gás Natural Liquefeito (GNL), no Porto de Sines.
“Estes investimentos representam a confiança que existe entre Portugal e os EUA. Tivemos reuniões muito positivas com o primeiro-ministro e com o ministro das Infraestruturas e estamos interessados em manter essas conversações e saio otimista quanto às relações entre os dois países e a respetiva indústria”, acrescentou.
Na visita que efetuou ao terminal de contentores, o secretário norte-americano inteirou-se das obras de expansão do Terminal XXI, um investimento da PSA no valor de 661 milhões de euros, que vai permitir “duplicar a sua capacidade instalada de 4,1 milhões de TEU (equivalente a um contentor de 20 pés), e sobre o futuro Terminal Vasco da Gama, que está em “fase de concurso”.
Para Dan Brouillette trata-se de “projetos muito interessantes para o governo americano e para a indústria”, fazendo referência “às empresas americanas” que acompanharam o governante nesta visita “para assistirem às operações”.
“A América tornou-se num exportador de petróleo e gás e pensamos que o GNL é um importante combustível de transição para a maioria dos países europeus e pensamos que, este porto, em particular, serve como uma porta para a Europa, não só para o gás americano como para todo o gás que circula no oceano atlântico”, afirmou.
Nas declarações aos jornalistas, o secretário da Energia disse estar “entusiasmado para ver os desenvolvimentos e o potencial das infraestruturas que vão ser criadas” e reforçou a intenção de “vir a trabalhar com Portugal e com a indústria tendo em conta a oferta futura”.
Para o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, que acompanhou a delegação norte-americana, a visita do secretário da Energia a Portugal “sinaliza a importância que dão aos possíveis investimentos que podem ser realizados no Porto de Sines”.
“O Porto de Sines tem um grande potencial de crescimento e desenvolvimento e estamos todos a trabalhar para conseguir despertar o interesse de investidores”, acrescentou.
Realçando as potencialidades do Porto de Sines enquanto “porta de entrada de energia não só em Portugal como em toda a Europa”, o governante reiterou que “esta visita sinaliza o interesse dos EUA na possibilidade de o Porto de Sines ser usado como porta de entrada de energia, nomeadamente, de gás em toda a Europa”.
“Esta é uma oportunidade que temos de agarrar e é uma visita que valorizamos bastante e que estamos a tentar aproveitar da melhor maneira para ajudar o nosso país a desenvolver-se através deste porto”, acrescentou.
Referindo-se à dependência da Europa do fornecimento de gás russo e do norte da Europa, o ministro das Infraestruturas adiantou que há interesse “em diversificar o fornecimento de gás da Europa com gás americano que neste momento oferece um preço muito mais competitivo do que aquele que chega de outras partes”.
Isto, adiantou, permitiria “aumentar a diversidade de abastecimento da Europa e a sua autonomia e a não dependência de nenhum país em particular”.
Sobre o interesse de potenciais investidores no futuro Terminal Vasco da Gama, Pedro Nuno Santos disse existirem “vários interessados que estão a avaliar e a estudar” o projeto que “tem um processo em curso”.
“Nesta visita, a acompanhar o secretário da Energia estão muitas empresas com as quais vou ter ainda a oportunidade de reunir e por isso há um trabalho em permanência”, afirmou.
O jornalismo continua por aqui. Contribua
Sem informação não há economia. É o acesso às notícias que permite a decisão informada dos agentes económicos, das empresas, das famílias, dos particulares. E isso só pode ser garantido com uma comunicação social independente e que escrutina as decisões dos poderes. De todos os poderes, o político, o económico, o social, o Governo, a administração pública, os reguladores, as empresas, e os poderes que se escondem e têm também muita influência no que se decide.
O país vai entrar outra vez num confinamento geral que pode significar menos informação, mais opacidade, menos transparência, tudo debaixo do argumento do estado de emergência e da pandemia. Mas ao mesmo tempo é o momento em que os decisores precisam de fazer escolhas num quadro de incerteza.
Aqui, no ECO, vamos continuar 'desconfinados'. Com todos os cuidados, claro, mas a cumprir a nossa função, e missão. A informar os empresários e gestores, os micro-empresários, os gerentes e trabalhadores independentes, os trabalhadores do setor privado e os funcionários públicos, os estudantes e empreendedores. A informar todos os que são nossos leitores e os que ainda não são. Mas vão ser.
Em breve, o ECO vai avançar com uma campanha de subscrições Premium, para aceder a todas as notícias, opinião, entrevistas, reportagens, especiais e as newsletters disponíveis apenas para assinantes. Queremos contar consigo como assinante, é também um apoio ao jornalismo económico independente.
Queremos viver do investimento dos nossos leitores, não de subsídios do Estado. Enquanto não tem a possibilidade de assinar o ECO, faça a sua contribuição.
De que forma pode contribuir? Na homepage do ECO, em desktop, tem um botão de acesso à página de contribuições no canto superior direito. Se aceder ao site em mobile, abra a 'bolacha' e tem acesso imediato ao botão 'Contribua'. Ou no fim de cada notícia tem uma caixa com os passos a seguir. Contribuições de 5€, 10€, 20€ ou 50€ ou um valor à sua escolha a partir de 100 euros. É seguro, é simples e é rápido. A sua contribuição é bem-vinda.
Obrigado,
António Costa
Publisher do ECO
Comentários ({{ total }})
“Existe interesse americano” no Porto de Sines, diz secretário da Energia dos EUA
{{ noCommentsLabel }}