Que carros usados estão os portugueses a importar?

Nunca como no ano passado se importaram tantos automóveis usados. Foram quase 80 mil, representando mais de um terço das vendas de novos. Mas que carros são estes?

Todos os dias há carros novos nas estradas. Muitos são “0 km”, mas muitos outros nem por isso. Há muitos anos que é prática a importação de veículos usados, nomeadamente de outros Estados-membros da União Europeia, veículos que mesmo com os impostos pagos para terem a matrícula nacional acabam por apresentar valores atrativos face aos que se encontram cá. No ano passado, o número de usados que foram importados atingiu mesmo um recorde.

Se em 2018 tinham dado entrada no mercado automóvel nacional 77.241 veículos provenientes de outros países, no ano passado esse número aumentou ainda mais, chegando aos 79.459 — tem crescido sem parar desde 2012. Nunca se tinha registado um número tão elevado, de acordo com o histórico da ACAP, representando 35,5% das vendas de veículos novos num ano em que o mercado registou uma contração ligeira, recuando 2%.

Número de usados importados

São veículos usados, logo têm já alguns anos, o que não contribui para a idade média do parque automóvel nacional — 12,7 anos, no caso dos ligeiros de passageiros. Contudo, os dados da ACAP mostram que muitos destes veículos não são assim tão velhos. A idade média dos automóveis importados no ano passado foi de cinco anos e meio.

Ano da matrícula dos usados importados

Não houve a importação de nenhum veículo novo, havendo registo de poucas unidades com matrícula de 2018. A maioria dos veículos importados saiu da fábrica em 2015, ou seja, eram automóveis com quatro anos de estrada, não se conhecendo, contudo, qual a quilometragem média com que chegaram a Portugal.

Um dado que a ACAP conseguiu obter foi o das motorizações que chegam ao país. Num ano marcado pelo fim do reinado dos diesel nas vendas de veículos novos em Portugal, o gasóleo dominou nas importações. Dos quase 80 mil veículos importados, 80% tinham motores a gasóleo, contra 14% a gasolina. Os restantes foram híbridos, sendo que 1% destes veículos eram elétricos.

Gasóleo domina entre os importados

O facto de a grande maioria dos veículos importados ser a diesel acabou por influenciar a cilindrada dos automóveis que os portugueses procuram noutros países. A cilindrada média foi de 1.613 cm3.

A generalidade das marcas tem vindo, nos últimos anos, a apostar em motores mais pequenos, procurando reduzir consumos e emissões de gases poluentes, daí que o grosso dos importados em 2019 tenha apresentado motorizações entre 1.251 e 1.500 cm3 e entre 1.501 e 1.750 cm3, sendo este último intervalo responsável por mais de 20 mil dos importados.

Motores 1.6 diesel dominam

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