Fed anuncia corte surpresa nos juros para travar impacto do coronavírus
Powell já tinha garantido que a Fed estava a monitorizar o potencial impacto do surto, mas era esperado que o banco central tomasse uma decisão apenas a 18 de março, data da próxima reunião do comité.
A Reserva Federal norte-americana anunciou um corte de juros surpresa devido ao coronavírus. A decisão foi anunciada esta terça-feira pelo banco central liderado por Jerome Powell. A queda foi de 50 pontos base para um intervalo entre 1% a 1,25%.
“Os fundamentos da economia dos EUA continuam robustos. No entanto, o coronavírus representam um risco em evolução para a atividade económica. À luz destes riscos e do objetivo de apoiar os objetivos de pleno emprego e estabilidade de preços, o Federal Open Market Committee decidiu baixar o intervalo da taxa diretora“, anunciou a Fed.
Powell já tinha garantido que a Fed estava a monitorizar o potencial impacto do surto, que já infetou 90.663 em todos os continentes e causou 3.124 mortos. No entanto, era esperado que o banco central tomasse esta decisão apenas a 18 de março, data da próxima reunião do comité responsável pela estratégia de política monetária norte-americana.
Após três cortes nas taxas ao longo do ano passado, a Fed anunciou agora uma quarta diminuição nos juros de estimularem a despesa de famílias e empresas. “O Comité está a monitorizar de perto os desenvolvimentos e as suas implicações para o outlook económico e irá usar os seus instrumentos e atuar de forma apropriada para apoiar a economia“, acrescentou.
Os banqueiros centrais e os ministros das Finanças do G7 garantiram esta terça-feira que estão a seguir “cuidadosamente” a epidemia e suas consequências nos mercados e condições económicas. Além dos estímulos monetários dos bancos centrais, os governos poderão também adotar políticas orçamentais.
Apesar da disponibilidade, os mercados viram o anúncio como demasiado vago. A falta de medidas concretas levou Wall Street a abrir na linha de água. No entanto, após o corte de juros da Fed, as bolsas norte-americanas passaram a negociar em terreno positivo, mas a reação foi pouco expressiva. Os três principais índices avançam 0,2% e 0,5%, enquanto o euro valoriza 0,5% contra o dólar para 1,12.
O presidente Donald Trump já disse que achou pouco e pediu mais cortes. “A Reserva Federal está a cortar, mas tem de ir mais longe e, mais importante, alinhar com outros países / concorrentes. Não estamos ao mesmo nível. Não é justo para os EUA. Chegou finalmente o momento de a Reserva Federal liderar. Mais alívio e cortes!”, escreveu no Twitter
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(Notícia atualizada às 16h00)
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