Tráfego aéreo caiu 85% no final de março. Quebra vai ser “ainda mais acentuada” este mês

Empresa responsável pela gestão do tráfego aéreo português revela quebra de 36% no tráfego aéreo em março. Na última semana do mês, redução foi de 85% e será pior em abril.

O setor da aviação é um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus e os números relativos ao tráfego aéreo ilustram bem isso. De acordo com a NAV Portugal, responsável pelo gestão do trafego aéreo nacional, foram efetuados menos 24,3 mil voos ao longo do mês de março, uma quebra de 36% face ao mesmo mês de 2019. A última semana do mês apresentou uma quebra de mais de 85%, sendo que abril deverá ser ainda pior.

Ao todo, registaram-se 43,8 mil movimentos contra os anteriores 68 mil nas duas regiões de informação de voo da NAV Portugal“, informa a entidade em comunicado.

Apesar de esta quebra ser sentida ao longo de todo o mês de março, foi a partir da segunda quinzena que o impacto foi mais expressivo. “Dividindo o mês de março em dois, nota-se que na primeira metade a NAV Portugal geriu perto de 31,8 mil voos, uma redução de apenas 2% face ao mesmo período de 2019. Já na segunda metade do mês, a NAV controlou perto de 12 mil voos, menos 66% em relação à segunda metade de março de 2019″, revela a entidade responsável pelo gestão do trafego aéreo nacional. A situação é ainda mais grave, se olharmos para a última semana do mês, a quebra do tráfego aéreo a superar os 85%.

Estes números evidenciam o impacto da pandemia de Covid-19 e das diversas medidas assumidas por vários Estados para conter o ritmo de contágio. Nesse sentido, o presidente do Conselho de Administração da NAV Portugal, General Manuel Teixeira Rolo, aponta que ” a queda acentuada do tráfego aéreo é bastante preocupante, por tudo o que tal representa em termos de impactos na economia”, mas sublinha que a prioridade é conter “o mais possível” a propagação do vírus.

Depois de, em janeiro e fevereiro, o tráfego aéreo ter estado em linha com 2019, e de março, ter registado esta quebra acentuada, a NAV Portugal espera ainda que seja ainda mais acentuada para abril, sendo que os números divulgados não dizem respeito apenas aos voos com origem/destino em aeroportos portugueses, mas também aqueles que sobrevoam o espaço aéreo português, explica a entidade.

“Os valores registados na última semana de março, ao que tudo indica, deverão manter-se ao longo do corrente mês, sendo por isso expectáveis quebras a rondar os 85% e 95%. As suspensões de ligações aéreas irão provavelmente manter-se, isto além do encerramento temporário dos aeroportos em Portugal, e várias companhias já anunciaram que manterão a maioria dos aviões em terra até maio”, diz a NAV.

Aeroporto da Madeira registou a maior quebra

Entre os aeroportos nacionais, a evolução foi semelhante ao do trafego global. Na aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, a primeira semana de março registou um trafego aéreo de mais 0,72%, mas foi caindo ao longo das semanas. Na última semana do mês, “o tráfego em Lisboa afundou 86,7%, registando-se 525 voos contra os 3.591 voos da última semana de março de 2019″, revela a NAV Portugal.

A situação repete-se no aeroporto Sá Carneiro, no Porto, que recuou 2% na primeira semana de março. Já na última semana, a NAV geriu menos 87% de voos a partir da Torre do Porto, ou seja, 244 voos contra 1.927 na mesma semana do ano passado.

A Sul, no aeroporto de Faro, na primeira semana de março foram registados mais 10% de voos controlados, mas olhando para última semana a quebra foi de 86%, ou seja, apenas foram registados 159 voos, contra os 1.098 registados na última semana de março de 2019.

Esta quebra acentuada é ainda mais sentida no Funchal, com aeroporto Cristiano Ronaldo, a registar apenas 44 voos na última semana do mês, contra os 504 registados na mesma semana de 2019, ou seja, uma quebra de 91,3% face ao período homólogo.

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