Apesar do vírus, renováveis resistem. Central solar de um milhão de euros nasce em Santarém

Tem quase 2700 painéis solares e é um dos maiores sistemas fotovoltaicos a nascer num parque de estacionamento em Portugal. Vai permitir um poupança anual de 150 mil euros ao CNEMA, em Santarém.

Para a PME Sotecnisol Power & Water nem tudo são más notícias neste primeiro trimestre de 2020: o início do ano ficou marcado pela conclusão de grandes projetos, com destaque para uma mega central solar no estacionamento do Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém. Esta central fotovoltaica com várias funcionalidades (produzir eletricidade e fazer sombra aos automóveis) conta com 2698 painéis solares instalados nas estruturas de cobertura do parque e uma potência instalada de 816,2 kWp (quilowatts pico).

Um investimento no valor de um milhão de euros, que permitirá ao centro de exposições de Santarém uma poupança anual de 150 mil euros na fatura de energia.

“Para nós é um projeto muito emblemático. É uma instalação fotovoltaica combinada com parqueamento para os visitantes do Centro Nacional de Exposições que permite acomodar e sombrear cerca de 360 viaturas. É uma das maiores instalações feitas em Portugal, talvez a segunda maior com estas características”, explica ao ECO/Capital Verde, o diretor da Sotecnisol, Filipe Bello Morais.

A central solar do CNEMA terá a capacidade de produzir anualmente 1.260.000 kWh (quilowatts hora), o equivalente ao consumo médio de eletricidade de cerca de 380 habitações. Para além da capacidade de produção energética, esta central tem a particularidade de ter um dos maiores sistemas fotovoltaicos instalados em sistema de carpark do país.

“A obra tem a característica de ter uma instalação fotovoltaica em sistema de carpark, ou seja, tem a dupla componente de produção de energia e de sombreamento fotovoltaico para lugares de parqueamento para os visitantes do cento de exposição”, refere com orgulho o diretor da empresa.

A central do CNEMA tem a particularidade de ter um dos maiores sistemas fotovoltaicos em carpark do país. É uma das maiores instalações feitas em Portugal.

Filipe Belo Morais

Diretor da Sotecnisol

“Este projeto tem uma lógica de venda de energia à rede, é uma unidade que tem uma tarifa de venda de energia que está definida pelo Estado durante um período de 15 anos e que irá permitir uma receita dos 150 mil euros por ano ao CNEMA”, destaca Filipe Bello Morais.

Os painéis fotovoltaicos vão alimentar as necessidades energéticas das instalações do CNEMA, que a partir de agora passa a ter um balanço energético neutro, tornando-se assim, numa empresa sustentável do ponto de vista energético e com uma significativa redução dos custos da operação.

A operação da central será acompanhada ao minuto, 24 horas por dia, através do sistema de monitorização SynaptiQ da empresa belga de software 3E, que reporta todos os dados de funcionamento à equipa de operação da Sotecnisol Power & Water. Através desta monitorização em contínuo, diz a Sotecnisol, será acompanhada a produção energética, comparados fatores de produção e tomadas ações preventivas e corretivas, sempre que necessário.

A Sotecnisol já instalou cerca de 500 centrais ou unidades de produção de energia fotovoltaica por todo o país, o que corresponde a uma potência de aproximadamente 50 MW. “O total de energia produzida é suficiente para abastecer cerca de dez mil famílias”, explica o diretor da empresa.

CTT, Porto de Sines, Auchan, Paladin, Sovena, Hotel The Oitavos em Cascais e Monte Bravo são alguns dos clientes da empresa que opera na área da instalação e operação de centrais fotovoltaicas para a indústria (sobretudo em coberturas de edifícios), emprega 200 colaboradores e conta com um volume de negócios de 35 milhões de euros.

Apesar das boas notícias, e face a esta pandemia mundial, o diretor da Sotecnisol está consciente que o Covid-19 pode ter “impacto na atividade e implicar uma incapacidade de continuar a desenvolver atividade. Alguns fornecedores podem deixar de conseguir abastecer-nos”, alerta Filipe Bello Morais.

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