Banco de Inglaterra vai financiar diretamente despesas do Reino Unido com o Covid-19

O Banco de Inglaterra vai financiar diretamente as despesas extras do governo britânico. Medida será "temporária, e de curto prazo", para responder aos efeitos da pandemia.

O Banco de Inglaterra vai financiar diretamente as despesas suplementares do Governo britânico para a resposta ao impacto económico da pandemia, anunciou esta quinta-feira o Executivo. O Tesouro e o Banco de Inglaterra revelaram, numa declaração conjunta, que esta medida vai minimizar a necessidade de obter financiamento adicional no mercado de obrigações, avançou o Financial Times (acesso pago).

“A título de medida temporária, este mecanismo proporcionará ao Governo uma fonte de liquidez adicional a curto prazo, se necessário, para suavizar os seus fluxos de tesouraria e apoiar o funcionamento ordenado dos mercados, durante o período de perturbação do Covid-19″, explica o Tesouro e o Banco de Inglaterra na declaração.

Com esta medida, os gastos extras que o governo britânico está a ter com esta pandemia serão financiados diretamente pelo Banco de Inglaterra como, por exemplo, os custos que o país está a suportar com o sistema de saúde, mas também com as medidas adotadas para a manutenção de postos de trabalho.

O Reino Unido, que recentemente abandonou a União Europeia, tornou-se o primeiro país a aceitar o financiamento direto por parte de um banco central.

Na Zona Euro, o Banco Central Europeu também adotou medidas no sentido de ajudar os países que partilham a moeda única, tendo avançado com o Pandemic Emergency Purchase Programme (PEPP) para combater os efeitos económicos da pandemia que teve início na China e rapidamente se estendeu ao resto do mundo.

Através do PEPP, o BCE está disposto a comprar 750 mil milhões de euros em títulos de dívida pública que seja emitida pelos vários países para suportar encargos associados ao vírus. Neste programa, o banco central liderado por Christine Lagarde pode comprar, em mercado secundário, a totalidade da dívida de cada país, deixando cair a “chave de capital”.

O BCE procura, assim, ajudar a manter baixos os juros da dívida dos vários países do euro, isto ao mesmo tempo que pede aos governos que a adotem medidas para mitigar o forte impacto que o Covid-19 está a ter na economia da região. O Eurogrupo está a tentar alcançar um acordo para uma resposta conjunta dos vários países do euro à pandemia, mas ainda não há acordo.

A questão que continua a dividir os Estados-membros é a forma como apoiar os Estados, já que países como Alemanha e Holanda continuam irredutíveis na sua oposição à solução de emissão conjunta de dívida – os “coronabonds” ou “eurobonds”, defendidos por Itália, Espanha e Portugal, entre outros –, e mesmo a solução que parece mais próxima de colher unanimidade, as linhas de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), continua a provocar divergências, designadamente sobre as condições que penderão sobre estes empréstimos, e encontra muita resistência por parte de Itália.

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