Deutsche Bank com lucro de 66 milhões. Alerta para impacto do Covid-19 nos rácios

Banco alemão passou de prejuízos de 5,7 mil milhões de euros em 2019 para lucros de 66 milhões no primeiro trimestre deste ano. Avisa que vai falhar rácios devido à crise do coronavírus.

O Deutsche Bank reportou um lucro de 66 milhões de euros e receitas de 6,4 mil milhões no primeiro trimestre do ano. Já as provisões para perdas com crédito atingiram os 500 milhões de euros, três vezes mais do que em 2019.

O banco alemão surpreendeu o mercado ao divulgar este domingo um comunicado a dar conta de alguns indicadores relativos ao desempenho no primeiro trimestre, isto tendo em conta que só na quarta-feira vai revelar as contas trimestrais.

Os analistas esperavam que o Deutsche Bank tivesse tido prejuízos no passado trimestre e receitas de 5,7 mil milhões de euros, pelo que o resultado anunciado saiu melhor do que o esperado.

Isto acontece depois de o banco ter registado prejuízos de 5,7 mil milhões de euros em 2019, devido a custos de reestruturação. O Deutsche Bank tem em curso um plano para voltar aos lucros, mas os investidores receiam que poderá ser colocado em causa pela pandemia de Covid-19.

O Deustche Bank, o maior banco alemão, adiantou ainda que o rácio common equity tier 1 (CET 1) deverá ficar “modesta e temporariamente” abaixo do objetivo de 12,5% para 2020 devido ao atual contexto de recessão global provocada pelo coronavírus. Para já, o rácio situou-se nos 12,8% em março, abaixo dos 13,6% no final de 2019, incluindo 40 pontos base de impacto negativo da pandemia do Covid-19.

Um analista citado pela Reuters disse que o banco precisa de assegurar ao mercado que o rácio não cairá abaixo dos 11%. “Isso poderia levar a dúvidas sobre a sua força de capital e a especulações sobre aumento de capital”, disse Andreas Plaesier, da Warburg Research.

O banco disse que também deverá falhar o objetivo de 4,5% para o rácio de alavancagem global se não houver ajustamentos regulatórios no cálculo do rácio.

Devido ao impacto do coronavírus, os bancos europeus deverão ter de registar imparidades para perdas potenciais com o crédito à medida que a crise económica vai criando mais dificuldades para as famílias e empresas pagarem os seus créditos.

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