Bruxelas retoma trabalhos para regulação das Big Tech

Bruxelas quer mais poder para auditar a forma como as empresas tecnológicas recolhem e utilizam dados dos consumidores, preparando-se para lançar uma consulta à sua regulação para o setor das plataformas digitais, adianta o Financial Times, nesta terça-feira.

Após uma pausa nos trabalhos da lei “Digital Services Act” ditada pela pandemia do novo coronavírus, responsáveis da União Europeia estão assim a avaliar formas de obrigar empresas como a Google, Twitter e Facebook a serem mais transparentes no tratamento da informação dos seus utilizadores.

Um responsável europeu, citado pelo jornal britânico, alertou para o facto de atualmente não haver informação sistemática que permita “descobrir o que se está a passar”, acrescentando que “nas áreas de desinformação ou conteúdos ilegais temos sempre de acreditar na palavra das empresas” e chamando ainda a atenção para a necessidade de “as áreas de interesse público serem confirmadas”.

A iniciativa tem o apoio dos comissários europeus responsáveis pela política digital, incluindo Thierry Breton, Vera Jourova e Margrethe Vestager, segundo fontes confirmaram ao jornal, que salientaram que o apelo à necessidade de um escrutínio e controlo mais apertado das Big Tech ganhou tração nas últimas semanas.

Após a consulta pública do documento, poderão ser necessários pelo menos dois anos para que haja um acordo sobre as novas regras, explica o Financial Times, apontando ainda para a reduzida probabilidade de entrada em vigor durante vários anos.