Portugal obtém 1.492 milhões com taxa a dez anos novamente abaixo de 1%

Tesouro português obteve um "empréstimo" de 1.492 milhões de euros dos mercados. Se pagou mais pelos títulos a cinco anos, já a taxa das obrigações a dez anos caiu e ficou novamente abaixo de 1%.

Portugal obteve esta quarta-feira um financiamento de 1.492 milhões de euros dos mercados. O Tesouro português pagou mais pelas obrigações a cinco anos, mas viu o custo com títulos a dez anos a cair face ao anterior leilão.

Na linha a dez anos, a referência nos mercados, para emitir 742 milhões de euros em obrigações do Tesouro, o IGCP aceitou uma taxa média de 0,852%, abaixo dos 1,194% pagos no anterior leilão comparável realizado no dia 22 de abril, em plena pandemia do coronavírus.

Em relação às obrigações a cinco anos, a taxa agravou-se consideravelmente face ao leilão comparável de março, ou seja, ainda antes do impacto da pandemia nos mercados: Portugal passou dos 0,059% registados na operação de 11 de março para pagar agora uma taxa de 0,258%, mediante um “empréstimo” de 750 milhões de euros.

Em ambas as linhas, a procura situou-se cerca de duas vezes acima da oferta.

No total, o IGCP obteve 1.492 milhões de euros dos mercados esta quarta-feira, acima do montante indicativo entre os 1.000 milhões e os 1.250 milhões e num quadro de maior estabilização nos custos face à operação de abril em que os juros dispararam perante a desconfiança dos investidores em relação àquilo que poderão ser os efeitos da pandemia no crescimento das dívidas públicas e, consequentemente, na capacidade de os países serem capazes de honrar os compromissos.

Entretanto, o Banco Central Europeu (BCE) veio tranquilizar os mercados, com Christine Lagarde a dizer que não vai aceitar que o surto do Covid-19 provoque uma fragmentação da Zona Euro.

” A descida do risco nos países da Zona Euro, bem como em Portugal, está associada ao suporte que o BCE tem vindo dar aos mesmos”, explicou Filipe Silva, diretor de Investimentos do Banco Carregosa.

“Christine Lagarde alertou que a Zona Euro está a enfrentar uma forte contração económica, a uma velocidade e magnitude sem precedentes, e que o programa recentemente lançado de 750 biliões, poderá aumentar o seu tamanho e prazo. A evolução do risco em Portugal estará muito dependente da atuação do BCE, que nesta fase de pandemia tudo fará para preservar a União Europeia”, acrescentou o responsável.

(Notícia atualizada às 11h50 com declarações de Filipe Silva)

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