De Portugal à Holanda, como os líderes veem o plano de Von der Leyen

A proposta da Comissão Europeia para um fundo de 750 mil milhões de euros para a União Europeia recebeu apoio amplo, mas longe da unanimidade. Conheça as posições dos principais líderes políticos.

António Costa, primeiro-ministro português (à esquerda). Mark Rutte, primeiro-ministro holandês (à direita).Hugo Amaral/ECO; Chris Ratcliffe/Bloomberg

Bruxelas propôs um plano de 750 mil milhões de euros para fazer face à pandemia do coronavírus, dos quais 500 mil milhões a serem distribuídos em subsídios e 250 mil milhões em empréstimos. O objetivo da Comissão Europeia é aproveitar a retoma para começar a desenhar um futuro mais ecológico e uma economia mais digital.

A proposta, discutida no Parlamento Europeu ao longo de hora e meia esta quarta-feira, agradou a muitos grupos políticos e países. Mas as opiniões estão longe de ser unânimes. Os chamados “quatro frugais”, um grupo de países composto pela Áustria, Holanda, Dinamarca e Suécia, são contra. Preferem empréstimos à canalização de apoios a fundo perdido. Conheça aqui as principais reações.

Portugal: Fundo “está à altura do desafio”

O primeiro-ministro português, António Costa, considerou que a proposta de Bruxelas “está à altura do desafio”. “Cabe agora ao Conselho Europeu não frustrar [as expectativas]”, sublinhou.

Espanha: Inclui “muitas das nossas exigências”

Pedro Sánchez, primeiro-ministro espanhol, disse que a proposta de Ursula von der Leyen inclui “muitas” das exigências de Espanha. “É um ponto de partida para negociações”, apontou.

França: “Devemos agir rapidamente”

O presidente francês Emmanuel Macron apontou que “o acordo franco-alemão permitiu” a apresentação deste plano. “Devemos agir rapidamente e adotar um acordo ambicioso com todos os parceiros europeus”, indicou.

Alemanha: Proposta não surpreendeu

A chanceler alemã Angela Merkel mostrou-se pouco surpreendida com o plano de Bruxelas: “Contém elementos que outros Estados-membros mencionaram”, afirmou. Considerou também que a proposta franco-alemã “é a base” para um acordo entre os 27 Estados-membros e vaticinou que a negociação não deverá ficar fechada na cimeira de 19 de junho.

Grécia: “Fasquia foi posta no alto”

Através do Twitter, o primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, afirmou que “a fasquia foi posta no alto”. “Agora é o Conselho Europeu que tem de estar ao nível da ocasião”, indicou.

Itália: “Acreditámos nele desde o início”

O primeiro-ministro de Itália, Giuseppe Conte, afirmou através do Twitter que a proposta representa um “ótimo sinal de Bruxelas” e que o Governo italiano acreditou no plano “desde o início”. “Fomos descritos como visionários”, frisou.

Finlândia: Plano deve implicar “seguir a lei”

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Finlândia, Tytti Tuppurainen, deixou notas positivas sobre o plano de Bruxelas, mas destacou a “importância” de “seguir a lei”. “É também bom que a Comissão enfatize a importância de respeitar a lei. É importante que o orçamento da União Europeia esteja ligado ao seguimento da lei”, disse, citada pelo Politico.

Áustria: Proposta é “base de negociação”

O chanceler austríaco, Sebastian Kurz, considerou que a proposta da Comissão Europeia para um fundo de recuperação pós-pandemia é “uma base de negociação”, em que deve nomeadamente ser discutida “a parte de empréstimos e de subvenções”. “A proposta da Comissão Europeia está agora sobre a mesa como base de negociação”, disse o chefe do Governo da Áustria, citado pela Lusa.

Suécia: Fundo devia focar-se “em empréstimos”

O primeiro-ministro da Suécia, um dos “quatro frugais”, criticou o plano de Bruxelas, mas não o rejeitou de forma liminar. “A Suécia sempre incentivou a que o fundo seja focado em empréstimos, o que confere incentivos mais fortes a que o dinheiro seja usado de forma efetiva”, disse. Porém, reconheceu que a União Europeia “não pode arriscar ter grandes economias a colapsarem”, de acordo com o Politico, que cita um comunicado do Governo.

Holanda: “Isto deve consistir em empréstimos”

Da Holanda surge uma reação semelhante, com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, a reforçar que a maior “fatia” dos apoios deveria ter a forma de “empréstimos” e não de subsídios. “Acreditamos que isto deve consistir em empréstimos, sem mutualização de dívidas”, apontou, citado pela Reuters.

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