António Costa Silva: “A minha missão não é negociar com a oposição”

Em entrevista à RTP1, o gestor que o Governo escolheu para desenhar o Plano de Retoma da Economia diz que não será ele a negociar com os partidos da oposição.

António Costa Silva, presidente da petrolífera Partex, é o homem que o primeiro-ministro escolheu para desenhar o plano de retoma da economia portuguesa.

A notícia foi avançada este fim de semana pelo jornal Expresso, que colocava ainda em cima da mesa a possibilidade de o gestor poder vir mesmo a substituir Siza Vieira na pasta da economia.

Em declarações a ECO, Costa Silva confirmou o convite para gizar o plano de retoma, mas recusou a ideia da ida para o Governo: “O meu trabalho é de mero cidadão. É apenas uma tarefa cívica que estou a desempenhar pro bono. Continuo na minha empresa e o resto são especulações sem fundamento”.

Este domingo, em entrevista no Telejornal da RTP1, António Costa Silva foi confrontado com as críticas de alguns partidos da oposição que já disseram que não querem negociar o Plano de Recuperação com um “paraministro”, ou seja, não aceitam alguém que não faz parte do Governo como interlucotor.

Acho que os partidos têm razão, eu tenho um respeito imenso pelos partidos. A minha missão não é negociar, a minha missão é fazer o Plano. Quem vai negociar é o Governo, quem vai fazer as escolhas e estabelecer as prioridades é o Governo”, respondeu António Costa e Silva.

O Bloco de Esquerda afirmou este sábado que só negoceia com membros do Governo e rejeitou a existência de paraministros: “As pessoas que têm competência para tomar decisões em Portugal, que estão sujeitas não só a um regime de incompatibilidades e impedimentos estritos como de transparência sobre os seus rendimentos são membros do Governo: ministros e secretários de Estado” apontou Catarina Martins.

Da mesma forma, o CDS-PP informou que conta discutir o plano de recuperação económica do país com “Costa e Siza”, numa referência ao primeiro-ministro e ao ministro da Economia, “e não com Costa Silva”.

O gestor da Partex revelou que foi convidado para esta tarefa pelo primeiro-ministro no dia 24 de abril e que no dia 25 de abril ponderou e apresentou a António Costa um draft com o desenho do, nas palavras do próprio, “plano para o day after”.

Modernização das infraestruturas (por exemplo, com a construção de um hub portuário), aposta nas infraestruturas digitais (alargando o 5G a todo o território nacional) e fazer um “grande programa para as PME” são alguns dos eixos do programa de recuperação gizados pelo gestor.

António Costa Silva refere que é favorável aos mercados, mas defende “mais Estado na economia”, para proteger as empresas e o emprego.

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