Dívida pública dá maior salto em 5 anos. Atinge recorde nos 262 mil milhões de euros

A dívida pública, na ótica de Maastricht, subiu 7.280 milhões de euros em abril para os 262.056 milhões de euros.

Se em março o endividamento público até tinha caído por causa do uso da almofada financeira, em abril a pandemia determinou a maior subida em cinco anos.

A dívida pública, na ótica de Maastricht (a que interessa a Bruxelas), subiu 7.280 milhões de euros — a maior subida mensal desde o início de 2015 (7.782 milhões em janeiro de 2015) — para os 262.056 milhões de euros em abril, o que representa o valor mais elevado de sempre do stock do endividamento público. Os dados foram divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal.

A subida é explicada pela emissão de obrigações de longo prazo, cujo valor passou de 146,9 mil milhões de euros em março para os 153 mil milhões de euros em abril, o que reflete uma subida de 6,1 mil milhões de euros num só mês. Nos títulos a curto prazo a subida foi de pouco superior a mil milhões dos 10 para os 11,1 mil milhões de euros.

Stock da dívida pública em máximos. Rácio ainda não

A verde: Evolução do stock da dívida pública na ótica de Maastricht. A preto: Evolução da dívida pública em percentagem do PIB.

Na nota de informação estatística, o Banco de Portugal explica o aumento: “Para este aumento contribuíram essencialmente as emissões de títulos de 7,2 mil milhões de euros efetuadas em abril, destacando-se uma emissão sindicada de uma obrigação do Tesouro realizada pela República Portuguesa de 5 mil milhões de euros“.

No primeiro trimestre, o rácio da dívida pública, isto é, o stock face à dimensão da economia, que é o indicador mais seguido a nível internacional, tinha subido para os 120,3% do PIB num período em que o PIB caiu 2,3%. O rácio da dívida pública tinha fechado 2019 nos 117,7% do PIB. O Governo esperava no OE2020 terminar 2020 nos 116,2% do PIB, mas a pandemia veio trocar as contas.

É de notar que a evolução do valor mensal da dívida pública é influenciada por vários fatores temporários em cada mês pelo que este valor é mais volátil do que o rácio face ao PIB. O esforço exigido ao Estado pela pandemia deverá explicar em parte esta subida repentina em abril, mas também é de notar que se aproxima o reembolso de dívida com 10 anos, no valor de quase 8 mil milhões de euros, de 15 de junho.

Os ativos em depósitos das administrações públicas aumentaram em 5,3 mil milhões de euros, indicando que Portugal reforçou a almofada financeira em abril. A dívida líquida de ativos em depósitos das administrações pública aumentou 1,9 mil milhões de euros em relação ao mês anterior, totalizando 237,1 mil milhões de euros.

(Notícia atualizada com mais informação às 11h20)

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