Árabes já têm “casa” em Portugal para os bancos Efisa e BPG
Grupo do Bahrain criou este mês a IIB Holding Portugal. Será a "casa" dos bancos Efisa e BPG adquiridos no ano passado e cujos processos ainda se encontram à espera de autorização dos reguladores.
Os árabes da IIB Holdings já criaram a sociedade em Portugal que vai “albergar” o Banco Efisa e o BPG, adquiridos no ano passado. O grupo constituiu no início deste mês a IIB Holdings Portugal, ainda à espera das autorizações dos reguladores para finalizar as compras dos dois bancos.
A IIB Holdings Portugal foi formalmente constituída no dia 4 de junho, apresentando um administrador único (Sohail Sultan Ahmad) e um capital social de 50 mil euros, de acordo com o registo que pode ser consultado no Portal da Justiça. Com isto, o grupo proveniente do Bahrain formaliza a entrada no mercado português, embora os processos de aquisição dos dois bancos ainda se encontrem pendentes de aprovação da parte do Banco de Portugal.
No caso do Banco Efisa, o negócio com o Estado português foi fechado em fevereiro do ano passado, com o grupo a desembolsar cerca de 27 milhões de euros para adquirir a instituição financeira que chegou a pertencer ao antigo BPN. Meses depois foi selada a aquisição do BPG à Fundação Oriente. Os árabes aguardam desde então resposta do supervisor para fechar ambos os dossiês.
É a sociedade de advogados Uría Menéndez – Proença de Carvalho que tem representado legalmente a IIB Holdings em Portugal, nomeadamente o associado principal Miguel Stoke, que é quem tem tomado conta deste processo. Contactada, a Uría Menéndez recusou fazer qualquer comentário devido ao sigilo profissional a que está sujeita.
Os dois bancos registaram prejuízos em 2019. O BPG, liderado por Carlos Monjardino e detido a 92% pela Fundação Oriente, apurou um resultado líquido negativo de cerca de nove milhões de euros. Fechou o ano passado com ativos de 204 milhões de euros e um passivo de 182 milhões, apresentando capitais próprios de 22 milhões de euros. Como o ECO revelou em fevereiro, o banco realizou um aumento de capital no início do ano no valor de sete milhões de euros, numa operação que serviu para “limpar” o balanço do banco antes da venda ao grupo árabe.
Quanto ao Efisa, os dados até setembro revelam prejuízos de 1,3 milhões de euros e capitais próprios de 31,4 milhões.
O grupo IIB Holdings está presente noutros mercados, nomeadamente em Cabo Verde, onde adquiriu o Banco Internacional de Cabo Verde ao Novo Banco em 2018 e está na corrida pelo Banco Comercial do Atlântico que a Caixa Geral de Depósitos colocou à venda no ano passado.
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